
O senador Weverton Rocha (PDT-MA) está sob investigação da Polícia Federal (PF) por possível envolvimento em um esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que teria causado prejuízo bilionário aos cofres públicos e afetado milhões de aposentados e pensionistas.
Segundo informações da PF, o empresário Antônio Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, é apontado como um dos principais articuladores do esquema. Antunes teria recebido cerca de R$ 53,3 milhões de associações investigadas no esquema e repassado parte do dinheiro para servidores do INSS. Ele também foi recebido no gabinete de Weverton Rocha e em sua residência, conforme registros obtidos pela PF.
Weverton Rocha já admitiu ter ligação com Antônio Camilo Antunes, mas nega qualquer irregularidade em suas ações. O senador afirmou que as reuniões com o empresário foram de caráter institucional e que não tinha conhecimento das atividades ilícitas atribuídas a ele.
O esquema, conhecido como “Farra do INSS” ou “Aposentão”, envolvia descontos não autorizados em benefícios de aposentados e pensionistas, por meio de associações que firmaram acordos de cooperação técnica com o INSS. A Controladoria-Geral da União (CGU) identificou que 98% dos entrevistados não autorizaram os descontos, e 96% não eram vinculados a nenhuma associação, indicando indícios de fraudes em larga escala.
A operação policial foi deflagrada em abril de 2025, com cumprimento de 211 mandados de busca e apreensão em 13 estados e no Distrito Federal. Estima-se que o prejuízo causado pelo esquema tenha sido de R$ 6,3 bilhões no período de 2019 a 2024, sendo 64% desse valor referente a 2023 e 2024.
A Controladoria-Geral da União anunciou a paralisação de todos os descontos feitos pelas associações envolvidas e a retenção dos valores que seriam repassados em maio de 2025. A oposição na Câmara dos Deputados e no Senado cobrou a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso, e o PDT demonstrou apoio à CPI, desde que ela também abrangesse o governo anterior.
O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi demitido pelo presidente da República logo após a deflagração da operação. Em sua substituição, o governo nomeou Gilberto Waller Júnior, um procurador federal.
O caso segue sob investigação, e as autoridades continuam a apurar os envolvidos e os danos causados pelo esquema.
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