
Um grupo de cientistas belgas conseguiu isolar um tipo de açúcar presente nas células humanas e que o vírus da Covid-19 utiliza para infectar o paciente, de forma a evitar que este agente patogênico infecte humanos, segundo uma publicação na revista científica Nature Communications.
Desde 2020, sabe-se que o Sars-CoV-2 interage com a proteína spike antes de chegar ao receptor ACE2, onde de fato ocorre a infecção, mas esse grupo de cientistas das Universidades de Leuven e Namur conseguiu bloquear os contatos entre a proteína e o vírus.
Quando o vírus se aproxima de uma célula, ele começa a criar uma série de ligações que permitem que ele se agarre a ela, enquanto procura uma maneira de alcançar o receptor ACE2.
“O vírus não atinge imediatamente no receptor ACE2, ele precisa primeiro explorar a superfície de nossas células para encontrar o bloqueio”, explicou o pesquisador David Alsteens em declaração ao jornal belga Le Soir.
No entanto, graças a uma série de açúcares 9-O-acetilados, os cientistas conseguiram adicionar um segundo bloqueio que impede o vírus de acessar o bloqueio que dá lugar ao receptor ACE2 desejado e, portanto, evita a infecção.
Sem a possibilidade de infectar a célula, o vírus morre, no máximo, em um período de várias horas, sem ter conseguido infectar nenhuma célula ou se reproduzir dentro do corpo humano, o que tornaria essa droga um sistema muito mais eficaz que as vacinas, que previnem os casos mais graves, mas não previnem a infecção.
Esta descoberta abre as portas para a criação de novos antivirais que facilitam a erradicação completa do vírus, embora por enquanto sua aplicação comece a ser estudada em camundongos e, dependendo dos resultados, seja testada em humanos.
Alsteens, muito satisfeito com as perspectivas futuras da descoberta, salientou em declarações jornal que esta descoberta pode ser especialmente importante “para proteger contra todas as variantes futuras e encontrar aplicações com outros tipos de vírus”.
Fonte| Agência EFE