Governo e municípios reforçam ações de combate à sífilis no Maranhão

Mobilizar pessoas para a importância da busca de diagnóstico e tratamento da sífilis e sífilis congênita para quebrar a cadeia de transmissão é o objetivo da campanha estadual “Outubro Verde”. Nesta quinta-feira (24), o Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), reuniu gestores de saúde da rede estadual e municipal no III Workshop “Prevenção da Transmissão Vertical do HIV e Sífilis”, no Palácio Henrique de La Rocque.
A secretária adjunta da Política de Atenção Primária e Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Deborah Campos, lembrou que a sífilis é uma doença prevenível, com uso de preservativo, e que o diagnóstico e tratamento é feito gratuitamente nas unidades básicas de saúde de todo o estado.
“O governador Carlos Brandão abraça a causa da prevenção, com a garantia de informações e acesso aos insumos, e a sífilis é uma infecção curável, com tratamento relativamente simples. O que precisamos é de uma mobilização das pessoas, principalmente das grávidas, e profissionais de saúde da atenção primária para o diagnóstico, tratamento e quebra da linha de transmissão”, afirmou.
O diagnóstico precoce (com o uso de testes rápidos) e a atenção adequada no pré-natal reduzem a transmissão da doença. A presença da infecção na gestação pode afetar a criança e causar complicações, como abortamento, parto prematuro ou mesmo a morte do recém-nascido.
O médico infectologista e consultor da SES, Eudes Simões, ressaltou a importância da mobilização da mulher, sua parceria, dos profissionais de saúde, e de toda a sociedade no fortalecimento da prevenção. “É preciso novas estratégias que nos ajude a reorganizar este modelo assistencial voltado para o atendimento e tratamento da sífilis, que já é considerada, no Brasil, uma doença reemergente e negligenciada, de caráter crônico”, justificou o infectologista.
A campanha tem como objetivo promover e apoiar os municípios maranhenses, com foco em sensibilizar os gestores, profissionais de saúde, parceiros e população em geral. A ação visa, ainda, ampliar estratégia de testagem priorizando as gestantes e fortalecer a linha de cuidado com foco na transmissão vertical na atenção primaria, com vigilância epidemiológica, além de garantir tratamento precoce de casos reagentes e suas parcerias. A mobilização pretende, também, promover educação em saúde, viabilizar a disponibilidade dos insumos de prevenção para que toda a população tenha acesso.
A coordenadora do Departamento de Atenção às IST/Aids e Hepatites Virais da SES, Jocélia Frazão, disse que o público-alvo são mulheres e suas parcerias, jovens, adolescentes, gestores (as), profissionais de saúde, sociedade civil e outros parceiros. “Além de garantir a distribuição de todos os insumos de prevenção para os municípios, que é feito de forma permanente, vamos realizar roda de conversa educativa de prevenção, testagem, distribuição de preservativos (externo e interno) e realização de testes rápidos”, explicou.
Para o coordenador da Atenção Básica e Vigilância Epidemiológica do município de Serrano do Maranhão, Cleonilton dos Santos, a campanha é importante para fortalecer a troca de experiência entre os gestores. “Precisamos sempre fazer esta busca ativa e mobilizar as pessoas para prevenção, diagnóstico e tratamento das infecções”, justificou.
Também participaram do encontro o superintendente de Atenção Primária da SES, Willian Ferreira; a superintende de Saúde Digital da SES, Mayra Nina, o coordenador das Unidades Regionais de Saúde, Aristeu Marques, a coordenadora da Força Estadual de Saúde do Maranhão (Fesma), Adriana Motta.
Sobre a sífilis
A sífilis é transmitida por meio das relações sexuais desprotegidas, sangue ou produtos sanguíneos (agulhas contaminadas ou transfusão com sangue não testado), da mãe para o filho (transmissão vertical) em qualquer fase da gestação ou no momento do parto (sífilis congênita) e pela amamentação.
O tratamento é ofertado na Unidades Básica de Saúde e unidades de saúde especializadas, com as penicilinas, acompanhada com exames clínicos laboratoriais para avaliar a evolução da infecção, e estendido aos parceiros sexuais.