Os Estados Unidos anunciaram nesta quinta-feira (20) a revogação de uma tarifa adicional de 40% sobre diversos produtos agrícolas exportados pelo Brasil. A medida afetava itens como café, frutas tropicais, sucos, cacau, especiarias, banana, laranja, tomate e carne bovina.
A decisão foi formalizada por meio de uma ordem executiva da Casa Branca, que estabelece que a revogação tem efeito retroativo a 13 de novembro. Segundo o governo norte-americano, a isenção será aplicada a produtos listados após avaliação de “progresso inicial nas negociações” com o Brasil. A medida também prevê reembolso para importadores que já pagaram a sobretaxa sobre essas mercadorias.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou a retirada da tarifa, classificando-a como um “passo importante” conquistado por meio do diálogo diplomático. Ele afirmou que a medida é resultado de negociações conduzidas com o apoio do vice-presidente Geraldo Alckmin e de ministros como Fernando Haddad e Mauro Vieira.
Por sua vez, o vice-presidente Alckmin avaliou que, embora o corte seja “positivo”, ainda persistem “distorções” no sistema tarifário, já que algumas alíquotas adicionais continuarão para determinados produtos.
O Itamaraty também divulgou nota indicando que o governo brasileiro pretende manter o diálogo com os EUA para buscar a retirada de outras tarifas.
Analistas destacam que a revogação pode impulsionar as exportações brasileiras para o mercado norte-americano, reduzindo o custo de concorrência para produtos agrícolas. No entanto, setores exportadores alertam que ainda existem barreiras comerciais e que o momento exige cautela para garantir avanços mais amplos.
A revogação dessas tarifas ocorre após um período de tensões comerciais. Em julho, os EUA haviam imposto a sobretaxa de 40%, elevando a tarifa total sobre alguns produtos brasileiros para 50%, como parte de uma retaliação apontada por motivos políticos.
