fbpx
LocalNacionalPolítica

Contas de prefeitos não serão mais julgadas por vereadores, decide STF

Uma decisão histórica do Supremo Tribunal Federal (STF), proferida no início de junho de 2025, retirou das Câmaras Municipais de todo o país, inclusive de cidades como Brasileira (PI), o poder de aprovar ou rejeitar contas de prefeitos com base em critérios políticos. A partir de agora, os pareceres emitidos pelos Tribunais de Contas passam a ter força definitiva.

Com repercussão geral, a Corte considerou procedente a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 849), estabelecendo que:

Se o Tribunal de Contas aprovar as contas, a Câmara Municipal não poderá mais rejeitá-las.

Se o Tribunal de Contas reprovar as contas, os vereadores não poderão mais revertê-las por decisão política.

Antes, os tribunais emitiam apenas pareceres técnicos, enquanto o julgamento final ficava com os vereadores, o que frequentemente resultava em decisões motivadas por interesses partidários ou alianças locais. Agora, a decisão visa dar maior força técnica ao processo, fortalecendo a transparência e a responsabilidade fiscal.

Nos municípios menores, como Brasileira, onde Legislativo e Executivo frequentemente mantêm proximidade política, a mudança impõe uma nova realidade:

O papel dos vereadores no julgamento das contas anuais do prefeito é encerrado.

O Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE-PI) se torna a instância definitiva.

A fiscalização das finanças públicas dependerá ainda mais da atuação técnica.

Para a advogada constitucionalista Ana Cecília Borges, a medida representa um avanço:

“Ao tirar o julgamento das mãos da política local e entregá-lo a um órgão técnico, o STF reforça a importância da transparência e da responsabilidade na gestão pública.”

Vale lembrar que, em fevereiro de 2025, o STF também decidiu que os Tribunais de Contas têm competência para julgar contas de prefeitos que atuam como ordenadores de despesas, ou seja, aqueles que contratam, licitam e executam o orçamento, como ocorre na maioria dos municípios brasileiros. A nova regra já está em vigor e deve impactar os próximos anos da administração pública.

Mostrar mais

Deixe um comentário

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo