
Vou começar por um projeto pelo qual lutei sem parar por sete ou oito anos e que minha dileta amiga Ceres Fernandes chamou de Casa de Esperanças. Um nome que traduz em cheio a intenção grandiosa do programa que é de dar esperanças a quem já as perdeu há muito tempo. E há esperança maior do que ver que filhos de famílias muito pobres possam ter uma oportunidade na vida de crescer e poder mudar o destino comum dessas comunidades que é viver uma vida de grandes dificuldades e aflições? De ver que o governo olha por elas e lhes oferece um braço forte para ajuda-las? E que lhes dar a oportunidade de concorrer de igual a igual por toda a vida? E que sua mãe será muito bem cuidada e que também ela poderá ter uma profissão rendosa?
A Medida Provisória enviada pelo governador Carlos Brandão para a Assembleia criando as Casa de Esperanças recebeu apoio muito forte, foi aprovada e passou a ser lei, ou seja finalmente deixou de ser uma ideia para ser uma realidade. Uma realidade transformadora, fundamental para o desenvolvimento econômico do estado ao formar o capital humano tão necessário para atrair investimentos e empregos.
O livro A Jornada da Humanidade – As origens da riqueza e da desigualdade, de Oded Galor, um economista israelense- americano, analisa o crescimento das nações e mostra que as que cresceram investiram pesado em educação pública de qualidade e na formação de capital humano e enfatiza: “E, no mundo moderno, a formação de capital humano incentiva o empreendedorismo, a adoção de novas tecnologias e métodos de trabalho, e, de modo mais geral, o crescimento econômico”. É disso que se trata.
Agora o trabalho será para colocar em funcionamento, até o final do ano, a primeira delas, que servirá como projeto piloto para deixa-las prontas para atender os nobres objetivos a que se propõe.
Outra notícia muito importante, um fato marcante foi a nota dos governadores da Amazônia em favor da exploração da Margem Equatorial, sem mais delongas. A Margem Equatorial virou o símbolo de destruição da Amazônia e da imagem que alguns acham que o Brasil teria que ter para ser aceito entre as nações. Será? Quem examina o que acontece no mundo se depara com a realidade: somente em áreas protegidas há 2.905 atividades de exploração ou produção de combustíveis fósseis em 835 áreas protegidas em 91 países. Todos se virando enquanto há condições como disse o Presidente do BNDES Aluísio Mercadante, que enfatizou a sua descrença em substituir a imensidão de veículos de transporte de massa como ônibus e outros todos alimentados por combustível fóssil de uma hora para outra. E a crença que isso ainda vai perdurar por décadas. Quem vai se virar contra o Brasil se todos estão agindo a bem de seus maiores interesses, como nações independentes? Nos EUA, só para dar um exemplo, o governo americano autorizou em março deste ano a exploração de petróleo e gás em North Slope, no extremo norte do Alaska com previsão de perfuração de 199 poços na região, apesar dos protestos, falando mais alto o interesse nacional. O governo do Reino Unido está avaliando a liberação de novas explorações no campo de petróleo e gás de Rosebank no Mar do Norte. E todos estão agindo nesse sentido.
E os especialistas falam “que em vez de não licenciar, investir em novos processos”. Sim novas tecnologias que a Petrobras já domina. Como se a Petrobrás, não fosse uma das melhores empresas do mundo.
E é de espantar que o grande problema da destruição da Amazônia seja a Margem Equatorial que nem começou. Como se o problema real não fosse o mercúrio que matéria da Globo News mostrou que já contaminou as águas de todos os estados da Amazônia, usado pelos garimpeiros ilegais financiados pelo narcotráfico, se o desmatamento que não para de crescer não está destruindo a Amazônia, a ação dos grileiros, e a lavagem de
dinheiro que existe de maneira desenfreada no local. Mas isso parece não ser grave porque tudo continua com todo o ímpeto enquanto o culpado a ser combatido é a Margem Equatorial que nem começou e já é a vilã.
E como financiar o combate a tudo isso? Ninguém sabe. Por isso bato palmas aos governadores que conhecem muito bem a realidade da região e mostraram o que pensam.