
A guerra entre Rússia e Ucrânia causou uma crise alimentar global com a disparada nos preços de vários itens. O encarecimento dos alimentemos pode arrastar 10 milhões de pessoas a mais para uma situação de insegurança alimentar, segundo as primeiras estimativas do Tesouro dos Estados Unidos.
Como Rússia e Ucrânia são grandes produtores, principalmente, de commodities, a guerra provocou uma queda na oferta mundial de alimentos e agravou a inflação, que já vinha alta diante do cenário de abertura do pós-pandemia. Além da produção abaixo do de costume, a Ucrânia está com dificuldades para exportar. Dois dos principais portos marítimos do país, Kherson e Mariupol, foram ocupados pelo exército russo. Há o risco ainda que um terceiro porto, Odessa, seja tomado também.
O Kremlin afirmou no dia 23 de maio que o Ocidente era o responsável por desencadear a crise alimentar global ao impor rígidas sanções à Rússia.
Segundo um relatório do Programa Mundial de Alimentos da ONU, divulgado em maio, o conflito no leste europeu irá impactar fortemente a América Latina e o Caribe. O número de pessoas em insegurança alimentar na região pode chegar a 13,3 milhões se a guerra continuar. O conflito agrava a crise causada pela pandemia, que já havia aumentado o custo de vida.
O relatório alerta ainda para os problemas climáticos crescentes que também devem impactar os preços
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Juntas, a Rússia e a Ucrânia são responsáveis por quase um terço do abastecimento mundial de trigo.
A Rússia é a maior exportador mundial do produto, já a Ucrânia está a caminho de ocupar o terceiro lugar. O mercado mundial está sendo impactado ainda por problemas climáticos, como a seca na Índia, segunda maior produtora de trigo.
Dados da prévia do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) mostram que no Brasil a farinha de trigo teve um aumento, em 2022, de cerca de 20%. O pão francês (12,05%) e macarrão (9,93%) também subiram -
Segundo dados do governo dos Estados Unidos, 20% do milho vêm da região do Mar Negro. A Ucrânia é o quarto maior exportador produto. O IPCA mostra que o grão no Brasil aumentou somente nesse ano 11,45%
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Apesar de os países não serem exportadores de carne, a disparada nos preços da soja e do milho, usadas nas rações dos animais, também fez com que os preços da proteína subissem. No geral, as carnes tiveram alta de quase 4%, segundo o IPCA
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O preço dos óleos, no geral, subiram com o conflito, por conta da Ucrânia, importante produtora. De acordo com o IPCA, óleos e gorduras aumentaram 18,07% em 2022. Apenas o óleo de soja registrou crescimento de preço de 23,86%
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A Rússia e Belarus, país vizinho que apoia o Kremlin, são grandes exportadores de fertilizantes, como o potássio.
Como ambos sofrem com sanções por causa da guerra o preço dos fertilizantes subiram 32% nos primeiros dois meses da guerra, segundo o CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária).
Os dados mostram ainda que o Brasil é extremamente dependente do mercado internacional desses produtos, em 2021 mais de 90% da demanda foi importada. A alta nos preços de fertilizantes afeta toda a cadeia agrícola, aumentando os custos da produção
- ECONOMIA | do R7