
Em resposta à invasão, o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, decretou a lei marcial no país. Pela decisão, o governo substitui todas as leis e autoridades civis por leis militares, definidas por autoridades militarizadas. Essa medida, normalmente, é implantada em resposta aos cenários de extremo conflito e a crises civis e políticas.
Em pronunciamento, Zelenski comparou as ações de Putin às ação da Alemanha contra os nazistas na Segunda Guerra Mundial. Além disso, o governante incentivou que população saia às ruas com armas para defender o país.
Os ucranianos passam o dia na tentativa de deixar Kiev às pressas após ataque russo. População forma longas filas nas principais avenidas da capital, já que espaço aéreo do país está fechado.
No início da tarde, horas após os primeiros ataques, o presidente russo participou de um encontro com empresários locais e declarou que o país está se preparando para as sanções internacionais e não quer prejudicar a estabilidade da economia mundial.
Mesmo Putin afirmando que a ação seria apenas no leste da Ucrânia, guardas da fronteira informaram que forças russas entraram em Kiev, capital do país. E um avião militar ucraniano caiu perto da cidade com 14 pessoas a bordo.
O porta-voz do ministério da Defesa russo, o general Igor Konashenkov, afirmou que Exército destruiu 74 instalações militares ucranianas. Em pronunciamento na TV, ele disse estar entre as áreas atacadas 11 pistas de pouso e decolagem de aeronaves do Força Aérea do país invadido.
Informações do Exército da Ucrânia apontam que o controle do aeroporto militar em Gostomel, perto de Kiev, está sendo disputado por meio de batalhas entre russos e ucranianos.
Com a possibilidade de os conflitos chegarem até a capital, o prefeito da cidade, Vitaly Klitschko, anuncioum toque de recolher das 22 horas até as 7 horas da manhã com o objetivo de proteger a “segurança” da população.
O Itamaraty se manifestou na manhã desta quinta por meio de uma nota e pediu a “suspensão imediata das hostilidades e o início de negociações conducentes a uma solução diplomática”. O tom do comunicado contra os russos veio mesmo após a visita do presidente Jair Bolsonaro a Putin, na última semana.
De acordo com a embaixada do Brasil em Kiev, cerca de 500 brasileiros vivem no país invadido. O pedido, a princípio era que esses cidadãos, principalmente os que estão no leste do país e outras regiões em condições de conflito, mantivessem contato diário com as autoridades nacionais.
Porém, no início da tarde, a embaixada recomendou que os brasileiros deixassem o país por meios próprios.Quem não conseguir, foi indicado procurar um local seguro, longe de instalações militares, para usar como alojamento.
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, foi enfático ao dizer que o Brasil não está neutro em relação ao ataque russo sobre a Ucrânia. O dirigente afirmou que o país respeita a soberania ucraniana, que Ocidente busca a paz e que “Putin não respeita apaziguamento”.
A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados também publicou uma nota na qual repudia, “de forma veemente”, os ataques da Rússia contra território ucraniano.
Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, conversou com Zelenski após a invasão e, em comunicado, reforçou as consequências que a Rússia sofrerá pelo ataque “não provocado e injustificado” contra o país vizinho.
Boris Johnson, premier britânico, fez um pronunciamento transmitido pelas redes de TV para todo o país e afirmou: “Vamos concordar com um pacote maciço de sanções econômicas projetado a tempo de prejudicar a economia russa.”
A aliança militar ocidental OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) reforçará ainda mais a presença de tropas em seu flanco oriental, disse o secretário-geral Jens Stoltenberg, em entrevista na manhã desta quinta-feira.
Israel condenou a Rússia e considerou a ação uma “grave violação da ordem internacional”. Declaração do ministro das Relações Exteriores de Israel, Yair Lapid, foi publicada nas redes sociais. Os israelenses devem mandar ajuda humanitária à população ucraniana.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, fez um apelo ao governo de Belarus para que se abstenha de participar da ofensiva russa na Ucrânia. O país é aliado de Moscou e autorizou a entrada de milhares de tropas russas em seu território desde os protestos em massa que começaram no país em 2020 pela reeleição do presidente Alexander Lukashenko.
Já o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, afirmou que ‘compreende as preocupações razoáveis da Rússia em matéria de segurança”, anunciando o apoio do país à invasão russa.
O setor financeiro da Europa foi abalado depois que a Rússia invadiu a Ucrânia. A Allianz anunciou que congelou sua exposição aos títulos do governo russo, e o credor britânico Lloyds disse que está em “alerta elevado” para ataques cibernéticos. O Deutsche Bank informou que tem planos de contingência em vigor, e autoridades europeias advertiram que uma nova rodada de sanções está por vir.
O conflito no leste europeu causa estragos nas bolsas do mundo e o barril do petróleo ultrapassa os 100 dólares (aproximadamente R$ 520).
A diretora do FMI, Kristalina Georgieva, alertou que a guerra na Ucrânia vai ter repercussões na recuperação econômica mundial. Por meio do Twitter, ela afirmou estar “profundamente preocupada” e alertou que isso “adiciona um risco econômico significativo à região e ao mundo”.
