
Leitura Bíblica
“Certo sábado, enquanto Jesus passava pelas lavouras de cereal, seus discípulos começaram a colher e a debulhar espigas com as mãos, comendo os grãos. Alguns fariseus perguntaram: “Por que vocês estão fazendo o que não é permitido no sábado?” E então lhes disse: “O Filho do homem é Senhor do sábado”. Noutro sábado, ele entrou na sinagoga e começou a ensinar; estava ali um homem cuja mão direita era atrofiada. Mas Jesus sabia o que eles estavam pensando e disse ao homem da mão atrofiada: “Levante-se e venha para o meio”. Ele se levantou e foi. Jesus lhes disse: “Eu pergunto: O que é permitido fazer no sábado: o bem ou o mal, salvar a vida ou destruí-la?” Então, olhou para todos os que estavam à sua volta e disse ao homem: “Estenda a mão”. Ele a estendeu, e ela foi restaurada”.
(Lucas 6.1-2, 5-6, 8-10 NVI)
Deus é o Senhor do sábado. E isso chocou e aborreceu os religiosos.
No mar de regras e “entendimentos” em que muitos religiosos judeus da época de Jesus navegavam, nada era superior à Lei. Já nesse momento, nem mesmo Deus. Na cabeça de muitos deles, a Lei existia por si só, ela e os ritos tinham todo o valor, e Deus, que deveria ser a figura central, foi deslocado para um papel menor, como o de um juiz conferidor de protocolos.
Esse arranjo não tinha como dar certo. A vinda de Jesus e a forma como ele se posicionou deixou ainda mais claro que aquele arranjo não contava com a aprovação de Deus.
Daí, por um tempo Deus parece voltar a ocupar o centro da atenção, na igreja primitiva quando as pessoas vão entendendo o verdadeiro evangelho. Mas, logo vai sendo jogado para o lado, substituído por novas regras, normas, ritos e entendimentos.
Isso não é diferente hoje. É importante refletir: será que o centro da nossa vida e espiritualidade é Deus? Para muitas pessoas, grupos e igrejas, Deus é apenas um pretexto para angariar seguidores, lotar estádios ou encher os seus cofres. Não há mais centralidade de Deus, ele é renegado e esquecido num canto frio.
Cristo nos convida a repensar isso. Assim como ele mostrou aos religiosos que o sábado não tinha poder sobre ele, ele mostra que a igreja e a religião também não têm poder sobre ele. Ele é o Senhor do sábado, de todo tempo, de todas as coisas.
Cristo se apresenta e indica que a missão é outra. É menos multidão e mais vida de fato e coração. É menos seguidores e mais irmãos em Cristo. É menos show e mais Palavra. É menos exploração e mais doação. É menos prédio e local bonito, e mais pé no chão, trabalho e missão.
Que Deus, o Senhor do sábado e de nossas vidas, nos dê forças para cada vez menos nos importarmos com a religião e cada vez mais focarmos em Cristo, Filho de Deus.
Deus é Deus, nosso Salvador e Redentor. É o que queremos declarar e viver todos os dias.
Em nome de Jesus.
Amém.
Autor: Shailon Ian