
Huissoud, que é secretário-geral do Colégio Nacional de Ginecologistas e Obstetras Franceses (Cngof) da França, destaca que uma mulher grávida “envelhece” “15 anos” em termos de risco.
– Assim, uma grávida de 35 anos com perfil de saúde igual ao de uma mulher de 50 anos desenvolverá os mesmos riscos perante a Covid-19 – ilustra.
Entretanto, segundo o médico, as parturientes podem ficar tranquilas pois, na maioria dos casos, as mulheres grávidas são assintomáticas ou pouco sintomáticas. O ginecologista alerta apenas para que a atenção não seja reduzida com o riscos clássicos da gravidez.
– Não devemos descartar os riscos clássicos associados à gravidez, como trombose venosa ou pré-eclâmpsia, que se multiplicam com Covid-19 – aponta.
Quanto ao risco de transmissão da doença ao feto, o Inserm, o Instituto francês da Ciência e Saude, indica que tal possibilidade ainda é classificada como “muito rara”. Um estudo publicado na revista BJOG, em 13 de agosto de 2020, indicou que nas 71 parturientes com teste positivo para Covid-19, nenhum dos bebês testou positivo.
Já no que diz respeito aos partos, em algumas parturientes podem acontecer casos de complicação. De acordo com dados científicos, o número de partos cesáreos e partos prematuros está aumentando em mulheres com Covid-19.
– A taxa de cesárea varia entre 80 e 90% e a taxa de partos prematuros varia entre 20 e 40% em mulheres com Covid – relata a Alta Autoridade de Saúde da França.
O estudo norte-americano publicado pela BJOG ainda apontou que, entre as 71 mulheres infectadas com o vírus, 13% delas teve pelo menos uma complicação pós-parto. Essa proporção era de apenas 4,5% entre as mulheres não infectadas com o vírus.