Alerta aos pais! Entenda o que são os círculos pedófilos
Especialistas se preocupam com aumento de casos durante quarentena

Números assustadores da Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos mostram que as denúncias de pornografia infantil são mais do dobro do segundo colocado, de apologia e incitação de crimes contra a vida, e ultrapassou 1,5 milhão.
O QUE SÃO
Os círculos pedófilos, ou ainda fóruns pedófilos ou grupos de ativismo pedófilo são redes em que criminosos compartilham opiniões, expressam seus desejos, suas fantasias, trocam conselhos e fazem apologia a crimes de forma livre. Os integrantes não precisam se identificar, podendo assumir uma identidade fictícia, conhecida como nicknames.
Imagens de crianças e adolescentes, informações confidenciais e relatos são compartilhados para download nestes espaços através do termo “pack”. Por isso, é muito importante que pais e responsáveis tenham cuidado redobrado com a publicação de fotos e vídeos dos filhos. Mesmo que uma busca na internet pela imagem do menor não seja encontrada, ela pode estar em fóruns ocultos.
A chamada deepweb ou dark web reúne grande parte dos fóruns de criminosos, porque não exige uma conexão de rede de computadores, como os sites WWW. Com isso, o rastreamento de seus integrantes é mais difícil, o que atrai os pedófilos. No entanto, é importante ressaltar que delegacias especializadas no combate a estes crimes sabem exatamente os passos que os criminosos costumam dar.

ALERTAS DE ESPECIALISTAS
O delegado José Barreto de Macedo Junior, do Núcleo de Combate aos Cibercrimes (Nuciber) da Polícia Civil do Paraná, alerta que os pais devem monitorar o acesso à internet dos filhos porque a quarentena possibilitou o aumento do uso das redes sociais dentro de casa.
A psicopedagoga Sara Oliveira atua no combate à exploração infantil, como gerente na ONG Plan International Brasil, que visa o bem estar social de menores. Ela falou sobre um dos maiores problemas, que é a exploração sexual.
– Há uma linha tênue entre a exploração e o abuso. Muitas vezes, as pessoas pensam que há um lucro financeiro com a exploração sexual. Mas a troca pode ser por uma bala, uma boneca, um pacote de biscoito. A diferença do abuso para a exploração sexual é essa moeda de troca que nem sempre é o dinheiro. Precisamos desmistificar isso em relação à exploração sexual – declarou ao portal.
O alerta também cresce em outros países. A diretora da Europol, Catherine De Bolle, falou sobre o problema em audiência na União Europeia.
– O mais preocupante é o aumento da atividade online de quem busca material sobre abuso sexual infantil – apontou.
DENUNCIE
Para denunciar casos de abuso sexual contra menores basta ligar para o número 100, acessar o aplicativo Direitos Humanos Brasil ou a ouvidoria do ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos.