
Conforme o Jornal Itaqui-Bacanga antecipou, na última edição impressa, uma série de matérias serão lançadas para detalhar o passo a passo do que de fato ocorreu no maior crime de contrabando do Maranhão. Pessoas Inocentes foram apontadas como autoras do crime, porém, os verdadeiros culpados seguem impunes.
De acordo com depoimentos e documentos robustos que o JIB teve acesso, às perseguições que envolvem este caso começaram bem antes do ‘’suposto flagrante’’, em 2018. O enredo deste caso passa pelo então secretário de segurança pública da época, Jefferson Portela, que é figura central, sendo ele apontado como líder de ações de espionagens ilegais contra autoridades do Maranhão.
Ainda nos anos de 2015 e 2016, Portela passou a orquestrar planos para enquadrar desafetos dentro do próprio sistema de segurança, quanto do meio político, passando assim a pressionar delegados e investigadores a fornecer informações confidenciais e direcionar investigações contra seus algozes, muitos sem qualquer tipo de vínculo com a criminalidade, ou histórico criminal, como é o caso do Delegado da Polícia Federal aposentado Dr. Raimundo Cutrim, que foi ferozmente perseguido.
Um dos principais setores alvo de Portela foi justamente o de inteligência da Polícia Civil, leia-se: Superintendência Estadual de Prevenção e Combate à Corrupção (Secoor), e a Superintendência Estadual de Investigações Criminais (SEIC). Os superintendentes desses setores passaram a ser pressionados a investigar crimes inexistentes ou direcionar casos ligados a desafetos do então secretário com objetivo de prejudicá-los perante a opinião pública. Inclusive esses fatos foram narrados por diversas vezes em depoimentos e oitivas de algumas pessoas que foram envolvidas, como por exemplo o ex-delegado Tiago Bardal e do delegado Ney Anderson, ambos também foram ouvidos na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado (CSPCCO) da Câmara dos Deputados.
Além de usar a estrutura da Polícia Civil, conforme documentos, o então secretário Portela determinou que todos os batalhões da PM passassem a monitorar opositores políticos, inclusive aqueles que miravam disputar as eleições de 2018.
Os delegados Bardal e Anderson não aceitaram as coordenadas do titular da pasta e passaram a ser perseguidos também, eles naquela época estavam ocupando cargos estratégicos no sistema de Segurança Pública. Como forma de represália, o delegado Bardal que comandava a SEIC passou a ser alvo de investidas de Portela, até cair em uma armação montada para incriminá-lo em um suposto esquema de contrabando.
Na época, o caso foi tratado como o maior crime de contrabando da história do Maranhão. Além de envolver Bardal, outras pessoas inocentes foram apontadas como participantes do esquema, entre eles, Dr. Cutrim, que na época ocupava o cargo de deputado estadual.
Após as acusações assombrosas contra o parlamentar, as investigações que naquele momento já incriminavam e condenava injustamente o delegado Bardal, ganhavam contornos de uma grande armação, tanto que um policial militar identificado como Fernando Paiva Moraes Junior afirmou em depoimento que foi procurado e coagido pelo então secretário de segurança, Jefferson Portela a fazer uma delação premiada no Ministério Público Federal (MPF), sem a presença de advogados e envolver em irregularidades o Dr. Cutrim na suposta operação de contrabando de cigarros e bebidas na capital maranhense.
Segundo o PM, Portela teria tentado induzi-lo a mentir no seu depoimento. Após a denúncia do policial, iniciou uma grave crise no alto escalão da SSP-MA.
Pouco tempo mais tarde, novas denúncias começaram a surgir reforçando que o secretário estava espionando ilegalmente políticos, empresários, membros do poder judiciário e outras autarquias.
Um dos depoimentos que chamam a atenção é do advogado Werther F. Lima, que foi preso sob alegação ter ligação com o grupo criminoso responsável em roubo a banco e contrabando e estaria ligado a Tiago Bardal. Mesmo o jurista afirmando e comprovando que todo o caso não passava de uma armação orquestrada foi detido. Na época, os próprios citados afirmaram que Werther Lima não tinha envolvimento com o grupo, mas ainda assim não foram sequer ouvidos pelos promotores e delegados, deixando claro que a intenção era incriminá-lo a qualquer custo.
Segundo fontes do JIB, sempre partiu de Jefferson Portela a iniciativa de espionar ilegalmente adversários políticos, cujo o modus operandi foi utilizar o sistema guardião, usado para interceptar investigados. Os documentos e depoimentos apontam que Portela espionou ilegalmente diversos adversários, além de juízes, promotores, auxiliares de magistrados, familiares de juristas, deputados, vereadores, senadores e prefeitos.
Entre um dos alvos está, juntamente Dr. Cutrim, um homem público de caráter ilibado, que sempre combateu à criminalidade e defendeu a independência das instituições de segurança. Chegar a causar estranheza essa perseguição cercada de ódio do Portela pelos seus adversários. No caso, contra Dr. Cutrim, segundo fontes, Portela patrocinava ligações endereçadas ao disque-denúncia para que falsos denunciantes falassem informações improcedentes a fim de incriminar o parlamentar à época, inclusive usando políticos para criar enredos de denúncias infundadas contra seu algoz.
Cabe agora ao governador designar uma auditoria no sistema guardião para identificar todas as vítimas de Jefferson Portela, um dos piores secretários de segurança que o Maranhão já teve.
O caso de espionagem também envolve a gestão de Aluísio Mendes, no caso do Jornalista Décio Sá, cujas investigações continuam arquivadas e que também é uma verdadeira caixa preta da segurança Pública, que precisa e vai ser devidamente esclarecida. O Jornal Itaqui-Bacanga vai trazer novos detalhes sobre o caso maligno de espionagem. Aguardem!
Vídeo Vídeo (depoimento de Tiago Bardal)