Dois homens são mortos pelo PCC em Rosário e polícia apura participação de ‘Perninha’

Dois homens foram encontrados mortos, nessa segunda-feira (5), em uma ilha
localizada no município de Rosário/MA, sendo que um deles estava decapitado.
Segundo informações do 27º Batalhão de Polícia Militar (BPM), uma das vítimas,
identificada como Diego, estava praticando assaltos na Região do Munim e começou a
ser perseguida pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). Uma das lideranças dessa
facção, Wanderson Aurélio Cantanhede Santos, o “Perninha”, teria ordenado o
assassinato de Diego.

Segundo informações do major Pereira, comandante do 27º BPM, Diego, ao que tudo
indica, era do PCC, mas saiu da facção para cometer crimes por conta própria, embora,
durante o dia, atuasse como pescador. Desde então, começou a praticar roubos na
região, sendo que até atirou nas costas de uma jovem que estava na garupa de uma
motocicleta com o pai. “Perninha”, então, mesmo encarcerado no Complexo
Penitenciário de Pedrinhas, passou a ordem para os seus subordinados: capturar o
rapaz e matá-lo.

Ocorre que, ao mesmo tempo, em outra “frente”, as equipes do 27 º BPM estavam em
busca do assaltante pelos crimes que ele estava cometendo. Porém, os comparsas de
Wanderson Aurélio, considerado “torre” do PCC, localizaram Diego primeiro do que a
polícia. Ele estava em uma ilha, dentro de uma casa em Rosário. O rapaz foi
decapitado com golpes de machado, sendo que o homem que o abrigava, identificado
como Jorge, também foi morto, de acordo com o major.

A prisão de “Perninha”

Como resultado de uma operação realizada no dia 20 de março de 2018 pelas polícias
Civil e Militar na Região do Munim, foi preso Wanderson Aurélio Cantanhede Santos,
líder do Primeiro Comando da Capital naquela parte do Maranhão. Ele, dias antes,
segundo a Delegacia Regional de Rosário, puniu um homem por ter esfaqueado uma
vítima sem sua autorização.

Wanderson é muito temido na região e, com suas práticas criminosas, aterroriza a
população, mesmo preso. Sua posição de chefia dentro do PCC é muito respeitada,
tanto que, na semana anterior à sua captura, atuou como “magistrado” em uma
sentença do “tribunal do crime” na Região do Munim, onde atirou no pé de um homem
que esfaqueou outro na área, infringindo uma norma da facção.

Antes de ser baleado, o homem foi espancado com chutes, socos e pauladas, como o
vídeo gravado pelo próprio “Perninha” mostra. Na gravação, Wanderson diz que a
vítima esfaqueada pelo punido estava no Hospital Municipal Doutor Clementino
Moura (Socorrão 2), em São Luís, entre a vida e a morte. Com base nisso, o juiz de
Icatu decretou a prisão preventiva do líder do PCC, sendo que o documento foi
cumprido pelo delegado Murilo, então titular da Regional de Rosário, e policiais
militares do 27º Batalhão de Polícia Militar.

Além dele, também foram presos naquela operação outros três homens, com uma arma
de fogo e maconha. Foi autuado por posse ilegal de arma de fogo, e por mandado de
prisão referente à tortura, Madinilson Lima Costa, o “Buguinha”, 25. Ele e Wanderson
foram capturados juntamente com Renato Silva Costa, 32, e Elton da Silva, 30,
segundo o major Pereira, comandante do 27º BPM.

Ficha criminal de “Perninha”: Wanderson havia sido preso dias antes daquela outra
captura, na Rua Brasília, do Cruzeiro de Santa Bárbara, zona rural de São Luís, pelo 6º
Batalhão de Polícia Militar (BPM). Ele estava em uma motocicleta Honda CB 300,
ocupada, também, por Francinaldo Correia Salazar. Durante a abordagem, foram
encontrados com os suspeitos três embalos de uma substância parecia com cocaína.

Mas “Perninha” possui outros antecedentes. Em 20 de novembro de 2017, foi preso
em Axixá por porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. No dia 3 de janeiro do
mesmo ano, foi levado ao 12º Distrito Policial (DP), Maracanã, ao ser flagrado com
uma arma de fogo. Em 30 de janeiro de 2013, foi autuado no 13º DP, Cohatrac, por
porte ilegal de arma de fogo de uso permitido.