
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou ao Supremo Tribunal Federal (STF) os deputados Josimar Maranhãozinho (PL-MA), Pastor Gil (PL-MA) e Bosco Costa (PL-SE) por envolvimento em um esquema de comercialização de emendas parlamentares. Segundo a PGR, os parlamentares integravam uma organização criminosa que negociava a destinação de recursos públicos federais em troca de propina.
A denúncia aponta que o grupo solicitou R$ 1,6 milhão ao então prefeito de São José do Ribamar (MA) como contrapartida para liberar R$ 6,6 milhões em emendas destinadas ao município. O suposto esquema foi operado entre janeiro e agosto de 2020 e envolvia intermediários, incluindo o lobista José Batista Magalhães e o agiota Josival Cavalcanti, conhecido como Pacovan.
Liderança do esquema e provas coletadas
Segundo a PGR, Josimar Maranhãozinho era o líder do grupo e tinha influência sobre a distribuição das emendas, coordenando não apenas as suas próprias indicações, mas também as de seus colegas. Durante a investigação, a Polícia Federal encontrou em seu escritório anotações detalhadas sobre a cobrança de propinas em diversos municípios. Além disso, mensagens e áudios trocados entre os deputados indicam negociações para o repasse dos valores ilícitos.
Um dos trechos da denúncia destaca a preocupação de Maranhãozinho com a transparência dos depósitos, ao notar que uma das contas indicadas estava no nome de Pastor Gil, e não de um terceiro.
Desdobramentos e julgamento no STF
O ministro Cristiano Zanin, relator do caso no STF, determinou a inclusão da denúncia na pauta de julgamento da Primeira Turma da Corte. A data do julgamento ainda será definida.
Após a revelação do esquema, os três deputados passaram a ser alvo de críticas dentro do próprio partido. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou a sugerir a expulsão dos parlamentares, afirmando que a permanência deles mancharia a imagem da legenda.
Com a denúncia, a PGR reforça que o grupo atuou para liberar pelo menos R$ 7 milhões em emendas parlamentares, incluindo recursos destinados à saúde, e que pressionou autoridades municipais para integrar o esquema. As investigações seguem em sigilo.