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Saúde

Secretário-geral da ONU alerta que planeta não pode se permitir fracassar na COP 24

A Conferência do Clima da ONU termina nesta sexta-feira (14); países tentam definir o 'livro de regras' para o Acordo de Paris, firmado em 2015.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, chamou a comunidade internacional a superar suas diferenças para relançar a luta contra a mudança climática durante as negociações desta quarta-feira (12) da Conferência do Clima da ONU, a COP 24, segundo informações da agência France Presse. A reunião tenta definir um “livro de regras” para o Acordo de Paris — cujo principal objetivo é manter o aquecimento do planeta abaixo de 2ºC.

“Pode soar como um apelo dramático, e é exatamente isso. As questões políticas essenciais ainda não foram resolvidas”, constatou Guterres, que voltou à cidade polonesa onde cerca de 200 países estão reunidos até sexta-feira (14) para tentar definir o livro de regras.

“Desperdiçar esta oportunidade comprometeria nosso maior trunfo para frear a mudança climática. Não seria apenas imoral, mas suicida”, insistiu, em um discurso feito às delegações nacionais.

Apesar dos informes científicos serem cada vez mais alarmantes e das condições extremas como ondas de calor e secas já estarem sendo registradas em várias regiões do mundo, a comunidade internacional está esbarrando em muitos obstáculos para chegar a um acordo nesta 24ª Conferência do Clima da ONU, que começou em 2 de dezembro sob a presidência polonesa.

EUA questionam a ciência

“Nesta COP, alguns estão ficando deprimidos, outros estão se desesperando”, resumiu nesta quarta-feira (12) a presidente da fundação norueguesa EAT, Gunhild Stordalen.

O contexto geopolítico atual também não convida ao otimismo: além da saída anunciada dos Estados Unidos do Acordo de Paris, a incerteza sobre a permanência do Brasil sob o futuro governo de Jair Bolsonaro ou a revolta dos “coletes amarelos” na França contra uma taxa ecológica sobre os combustíveis parecem estar afetando o processo.

Estados Unidos, Rússia, Arábia Saudita e Kuwait se recusaram, além disso, a aceitar as conclusões do último informe do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que alerta sobre as consequências nefastas que um aumento superior a 1,5ºC em relação aos níveis pré-industriais teria para o planeta.

“Não é uma boa notícia, mas não podemos nos permitir ignorá-la”, disse Guterres.

As negociações estão estagnadas na elaboração das regras para aplicar o Acordo de Paris. Os países ricos, por exemplo, pressionam para que, em termos de transparência, as normas comuns para calcular as reduções de emissões de cada país sejam o mais exigentes possível, enquanto os demais Estados afirmam necessitar mais tempo e muito dinheiro.

Dinheiro e justiça social

O chanceler boliviano, Diego Pary, afirmou na terça (11) que “nesta COP, já deveríamos ter avançado em toda a parte de implementação e de regulamentos”, mas “há países que estão tentando diluir alguns temas, como o compromisso dos países desenvolvidos com os países em desenvolvimento”.

Apesar disso, a ministra espanhola do Meio Ambiente, Teresa Ribera, nomeada cofacilitadora do grupo de transparência, se mostrou confiante de que se chegará a um acordo, explicando que “não há nenhum problema substancial”.

Na questão financeira, os países pobres pedem aos ricos que concretizem sua promessa de elevar a 100 bilhões de dólares por ano a ajuda para que se adaptem ao aquecimento. No dia 3, segundo dia de negociações da Conferência, o Banco Mundial se comprometeu a investir, entre 2021 e 2025, 200 bilhões de dólares (cerca de R$ 773 bilhões) para ajudar países a lidarem com as mudanças climáticas.

Finalmente, outro assunto importante está sendo muito debatido pelos países: a justiça social nesta mudança, que busca que a aplicação das políticas climáticas seja acompanhada de medidas sociais, para evitar que os mais pobres saiam perdendo na transição ecológica.

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