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Energia verde base para reindustrialização do estado

Artigo escrito por José Reinaldo Tavares

O ministro Fernando Haddad tem a expectativa de que o plano de Transformação Ecológica do Brasil seja mais do que uma proposta para exportar energia sustentável e se torne a base para uma nova onda de industrialização do país. “Não precisamos nos resignar a condição de exportador de energia limpa, que é o que o mundo gostaria que fizéssemos. Nós entendemos que boa parte dessa energia limpa, deve ser
construída no Brasil para manufaturar produtos verdes produzidos no Brasil. Esse é o nosso objetivo último”.

E acrescentou: “O Brasil tem condições de dobrar a energia limpa em um prazo inferior a dez anos”. Nós também acreditamos nisso.

O ministro viu claramente que ao invés de exportar energia verde, exportar produtos verdes manufaturados com grande valor agregado e geração de muitos empregos, aqui. Se exportarmos somente energia verde o importador é que a usaria para produzir produtos manufaturados e o valor agregado e os empregos seriam criados lá, todos os lucros.

Sábia decisão do ilustre ministro que está inovando, com grande foco e precisão, os alicerces do desenvolvimento brasileiro, tanto econômico quanto social. Seria na verdade uma verdadeira
revolução e o Brasil poderia ocupar um lugar proeminente e vantajoso no futuro.

E o nosso Maranhão, como pode tirar vantagem disso? Temos tudo para ser um importante parceiro nesse projeto, mas temos que fazer nosso dever de casa, o que a SEDEPE, aliás, já está fazendo. E ambos os projetos são elegíveis no notável programa criado pelo ministro, que tem o apoio dos maiores bancos de desenvolvimento do mundo, o programa Arcabouço Brasileiro

para Títulos Soberanos Sustentáveis, lançado neste mês de setembro.

Estamos preparando duas propostas para o Arcabouço. A primeira é para a área de combate à pobreza, alimentação, nutrição, inclusão social, igualdade de gêneros, criação de capital humano. Destinados a amparar comunidades pobres, as famílias pobres, as crianças e mães, com apoio do Senai, deficientes e idosos pobres, comunidades quilombolas e indígenas, em um programa abrangente de combate â pobreza, também amparado
nas Casa de Esperanças.

O outro, envolve a mudança climática, a produção de energia renovável e hidrogênio e amônia verdes, e com essa energia verde, avançar para a industrialização do estado, contribuindo fortemente para produzir produtos manufaturados verdes para exportação e consumo interno, como ensina o ministro, e para isso a nossa futura ZPE é parte fundamental nesse programa.

E qual seria a ideia em que se baseia esse programa? Todo o litoral maranhense tem excelentes condições para a produção de energia renovável. Todo ele. Entre São Luís e o Piaí, temos já construídos os linhões essenciais para distribuir a energia produzida para todo o Sistema de Distribuição Nacional. Mas na Baixada maranhense, não. Assim temos que lutar pela construção dessa infraestrutura fundamental para permitir que a energia produzida ali também possa ser distribuída a todo o Sistema. Também é muito importante que a BR-308, que hoje é
apenas um projeto seja construída o que atenderia todo o litoral dessa região e serviria de apoio fundamental para esse, e outros projetos. Só como informação Brandão já vem conversando com o governo federal sobre essa BR, que servirá muito, também, ao turismo em um litoral lindíssimo que encanta quem o conhece.

Outros regiões do estado também tem excelentes condições para produzir energia renovável como as chapadas do interior e as regiões mais altas, indo até Balsas.

Nosso dever de casa precisa se estender ao perfeito conhecimento da titulação dessas áreas, para que se possa, com segurança, oferece-las para investidores interessados tanto para colocação de torres eólicas ou as placas solares. Temos que saber com quem teremos que negociar, pois será muito vantajoso fazer um contrato desse, também para os proprietários.

Poderíamos, então, fazer uma exposição do programa em São Paulo, Minas, e outros estados com o objetivo de atrair empreendedores para o projeto. Não só para a produção de energia renovável, mas também para a produção de hidrogênio verde e amônia verde utilizando a energia renovável produzida, para alimentar os hidrolisadores que produzem hidrogênio e amônia verdes. Esses hidrolisadores poderiam ficar na ZPE onde
o produto pode ser exportado sem impostos ou comercializados no mercado interno. Ou também poderiam ficar junto aos portos na Baia de São Marcos. E poderiam ser os mesmos empresários ou outros.

Com a disponibilidade de hidrogênio verde, poderíamos partir, então, para o programa de industrialização do Maranhão utilizando a ZPE e os nossos portos que estão preparados para isso, inclusive com Terminal Portuário de Alcântara e o Itaqui no comando. Produtos como aço verde, cimento verde, plásticos verdes, alumínio verdes e uma infinidades de produtos verdes, poderiam ser produzidos agregando ao preço da energia um alto valor e a criação de empregos, como nunca imaginamos.

Daí a grande necessidade de capital humano para o aproveitamento pleno de nossas vantagens naturais. Para tudo isso ocorrer com a maior rapidez possível, vamos fazer um projeto para apresentar ao Arcabouço e alavancar recursos financeiros do exterior. Tudo esse programa ou grande parte dele, é elegível no arcabouço.

É uma grande, enorme, oportunidade para o nosso querido estado. É o cavalo selado que passa em nossa frente e não podemos deixar de montar. Temos muita fé que vai dar certo, vamos lutar ferozmente por isso.

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