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Polícia

Ossada humana é encontrada na casa de idosa que cuidava de mais de 100 cães, em São Luís

Segundo a Polícia Civil do Maranhão, tudo indica que a ossada seja da idosa, que criava cerca de 150 cachorros em casa e morava sozinha.

A idosa Camélia Rosa Lopes, de 81 anos, dona da casa em que foi encontrada uma ossada humana, no início da tarde desta sexta-feira (25), no bairro do Cohaserma, em São Luís, sofria de câncer e se recusou a receber tratamento.

A informação foi dada pela delegada Débora Aiara Silva, titular da Delegacia do Meio Ambiente no Maranhão, em entrevista à rádio Mirante AM.

“Existe essa informação que ela era acometida por uma doença, o câncer. Ela tinha 81 anos e, segundo uma pessoa que prestava serviço de limpeza na residência dela, ela teria se recusado a se submeter a tratamento (contra o câncer). Então, foi uma decisão dela e, ao que parece chegamos até esse cenário, que estamos tentando desvendar”, destacou a delegada.

Segundo a Polícia Civil do Maranhão, tudo indica que a ossada seja da idosa, que criava cerca de 150 cachorros em casa e morava sozinha.

Os ossos foram encontrados na parte externa da residência e havia sinais de sangue em uma rede dentro de casa. Há a suspeita de que a aposentada tenha tido morte natural e, como os cães ficaram sem comida, acabaram se alimentando do corpo dela. O caso ainda será investigado pela Polícia Civil.

“Informações preliminares, captadas através da vizinhança, que conhece a rotina, que conhece a dinâmica da dona Camélia, existe a suspeita de que dona Camélia poderia ter falecido em sua residência e, por conta de um instinto animal, ela teria sido devorada pelos cães. Mas, tudo isso está sendo objeto de investigação”, explicou a delegada Débora Aiara .

 

A titular da Delegacia do Meio Ambiente destacou, ainda, que a informação preliminar é que, de fato, a ossada encontrada é humana. Os ossos já foram recolhidos e encaminhados para a identificação de seu código genético.

A delegada informou também que, segundo a pessoa que cuidava da limpeza da casa da idosa, a última vez que ela esteve no local foi no sábado (19) e, desde então, não teve mais contato com a aposentada.

Já os vizinhos da idosa afirmaram que, desde a última segunda-feira (21), que eles não viam nenhuma movimentação de Camélia em casa e nem ela saindo para pegar ração para os animais. A delegada destacou que imagens de câmera de segurança serão usadas para ver se alguém entrou na casa nos últimos dias, pois nenhuma linha de investigação está descartada.

“Todas as informações ainda são preliminares, nenhuma linha de investigação vai ser descartada. O fato da dona Camélia morar sozinha é um ponto de vulnerabilidade, mas todas as linhas de investigação serão seguidas. As imagens de câmera nós já solicitamos, mas, o que temos até o momento é que a última visita teria sido no sábado e, pelo que se apurou da vizinhança, esse silenciamento, essa mudança de rotina teria se dado a partir do início da semana, segunda (21) ou terça-feira (22)”, explicou Débora Aiara.

Ainda de acordo a delegada Débora Aiara, Camélia Rosa era conhecida na região em que morava como uma protetora de cães, tendo devotado parte considerável de sua vida ao cuidado dos animais.

“A dona Camélia era uma pessoa solitária, ela morava sozinha, não casou e não teve filhos. Temos notícia apenas de um irmão, com o qual ela não tinha relações familiares. A vida dela era inteiramente devotada a esses animais. Nós vamos tentar entrar em contato com essa pessoa (irmão da idosa)”, informou a delegada.

 

A grande quantidade de cachorros na casa da aposentada fez com que a Delegacia do Meio Ambiente instaurasse um inquérito para retirada gradativa dos cães da residência.

O inquérito virou processo e entrou em estado de cumprimento de sentença, a qual determinou a retirada dos animais de forma gradativa, pois o município de São Luís não tem um local que consiga comportar, de uma vez, uma grande quantidade de animais.

No entanto, a idosa sempre tentava impedir a retirada dos animais da residência, pois os considerava como filhos.

A delegada Débora Aiara apontou, ainda, que na decisão judicial de retirada dos animais da casa da aposentada, ficou determinado que a idosa fosse submetida a avaliação psicológica, para saber se ela tinha condições de morar sozinha. A idosa foi avaliada, mas não houve nenhum pedido de interdição dela, ficando subentendido que ela podia cuidar de si mesma.

Com a possível morte de dona Camélia, os cerca de 150 cães encontrados no local, 100 adultos e 50 filhotes, serão alimentados e avaliados por médicos veterinários e, a partir da próxima semana, começarão a ser retirados da residência.

A delegada afirmou que os animais sadios serão encaminhados para adoção e, por isso, ela pede que a população de São Luís se engaje nessa causa da adoção, para dar uma oprtunidade de sobrevida a esses animais.

com informações do G1MA.

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