Quantas vidas vão ter que ser perdidas para que as autoridades tomem providências sobre a negligência na saúde de Pinheiro?
O caótico sistema de saúde do município de Pinheiro chama atenção pela precariedade e o péssimo serviço oferecido à população que tem feito inúmeras vítimas.

O caso do paciente Sebastião de Jesus Pereira Pinheiro, morador da comunidade ‘Porções’, do município de Peri Mirim, no Maranhão, que teve o desfecho trágico reflete a dura realidade da saúde em Pinheiro, cidade localizada na região da Baixada Maranhense.
Durante a madrugada do dia 30 de outubro de 2022, Sebastião Pinheiro sentiu-se mal, com falta de ar e foi levado pelo irmão a um hospital local, em que foi atendido pela médica Kevillyn (CRM-MA 12053). Segundo a ficha do primeiro atendimento, o paciente deu entrada com baixa saturação, disritmia cardíaca, onde foram feitas massagens cardíacas e administrada adrenalina. Sem suporte, e condições precárias do hospital local, Sebastião foi encaminhado de ambulância para o hospital Athenor Abreu, no município de Pinheiro.
Segundo relato da enfermeira que acompanhou o paciente, a médica que estava de plantão na unidade de Saúde de Pinheiro teria se negado a atender o paciente, em virtude do horário de repouso. E ainda teria dito: ‘’nem que viesse a polícia ou o prefeito’’ iria fazer o atendimento.
Por conta da negligência, total falta de preparo e humanidade com o paciente, ele veio a óbito. Para tentar não comprometer a equipe de plantão do hospital Athenor Abreu, de Pinheiro, o atestado de óbito foi expedido pelo hospital de Peri Mirim.
Ainda de acordo com a enfermeira que acompanhou o caso, o paciente chegou com sinais vitais, porém desacordado, tanto que passou por triagem em que foi medida a pressão e outros procedimentos de praxe, e só depois de 52 minutos de espera a médica plantonista resolveu aparecer.
Esse não é o primeiro caso de omissão de socorro no hospital de Pinheiro. O advogado Dr. Paulo Victor, que atua no caso de Sebastião Pinheiro, também está atendendo em outros processos dessa natureza. Uma família assistida pelo jurista, a paciente era uma gestante que deu entrada na unidade, em trabalho de parto, mas por negligência, após passar uma hora para ser atendida o bebê morreu.
Na própria família do advogado houve uma pessoa que foi vítima desse crime, mas preferiu não ingressar na justiça, em respeito a decisão dos demais familiares.
A princípio a família de Sebastião Pinheiro pensava que o caso se tratava de uma fatalidade, mas descobriu que o paciente não teve um atendimento digno e rápido, o que contribuiu para o desfecho triste.
A pergunta que fica é; quantos Sebastião, Marias e João vão ter que perder a vida se nada for feito pelas autoridades?