Quando fui governador, chamei Ricardo Paes de Barros, do IPEA (Instituito de Pesquisa Econômica Aplicada) para nos mostrar os caminhos para melhorar o quadro social do Maranhão. Dali nos fixamos na diretriz central do meu governo: melhorar o IDH. E o resultado foi excelente, pois o Maranhão aumentou o PIB estadual em todos os anos do meu governo, acima dos aumentos do PIB do Nordeste e do Brasil, em todos esses anos. A pobreza, que envolvia 52% da população, caiu para 27%: um feito histórico.
Para isso, contribuiu muito a criação de programas que nem existiam no Brasil, como o Luz Para Todos, criado no início do meu governo. Levei a Dilma para conhecer, que era a ministra de Minas e Energia, e ela lançou depois em todo o Brasil. O Bolsa Atleta, feito com critério absoluto de imparcialidade, dando apoio aos verdadeiros atletas; o Saúde na Escola, programa fantástico, instalado em mais de 100 escolas no estado, que tratava da saúde das crianças estudantes, corrigindo problemas de visão, audição, dentição, cáries, verminose, escovação de dentes, óculos, educação sexual, um programa fantástico, que ajudou muito as mães de família que tiraram essa preocupação do seu dia a dia – o programa mais aplaudido do governo que, depois que saí, não continuou. Casas de graça com banheiro para os pobres, kits sanitários, o Água em minha Casa e o Minha Unidade Sanitária que, com programas simplificados e orientação técnica, ofereciam o material aos moradores e eles faziam o trabalho; apoio total ao Turismo, com aviões fazendo ligação direta entre Lisboa, Santiago, Paris pela rota da Guina Francesa; construção da sede das brincadeiras do Boi e das Escolas de Samba. Tudo isso fazia o turista gastar dinheiro no estado, beneficiando os pequenos empresários de comida, com a venda de camisetas, lembranças e também fomentava a atividade dos agentes de viagens, guias turísticos, etc. Os hotéis viviam cheios. E todos trabalhavam nesse atendimento.
Haviam ainda os mutirões, as operações de catarata e muita oferta de serviços de saúde que era levada no programa Mutirão da Cidadania. E colocamos Ensino Médio em todos os municípios do estado, pois só havia
em 59 municípios, um grande incentivo à Educação, entre muitas outras ações efetivas, como essas.
Anos depois, Paes de Barros foi o autor do Bolsa Família o programa de distribuição de renda mais elogiado e copiado no mundo, que funcionava muito bem. Agora, por iniciativa do governo, o programa foi extinto e Ricardo Paes de Barros não foi chamado a opinar, não foi ouvido, mas alertou, em entrevistas, que o orçamento tem dinheiro sobrando para aumentar o valor da contribuição, desde que se fizesse um estudo minucioso dos programas existentes no orçamento social e verificasse aqueles que funcionam e os muitos que não atendem a esses objetivos e, com esse recurso, fosse aumentado o valor da contribuição.
Ele alertou que havia um grande contingente de pessoas na extrema pobreza sem acesso ao Bolsa Família, que precisavam ser incluídas com urgência, que não tinham renda nenhuma, vivendo de biscates e revolvendo lixo atrás de comida, com filhos fora da escola e da vida em sociedade. É preciso focar na educação e na colaboração para dar oportunidade às crianças pobres e muito pobres, com o governo ajudando a cuidar delas, em creches especiais para preparar essas crianças, alimentá-las, dar os cuidados médicos necessários, instrui-los para que cheguem ao Ensino Fundamental, de igual para igual, com qualquer criança de mesma idade. Só quem pode fazer isso é o governo, que poderá com seu exemplo, atrair para um programa como esses capitais de grandes fundações beneméritas, mudando a face do Maranhão. E nós já estamos trabalhando para isso. Em breve, o Governo Brandão vai dar um exemplo ao Brasil de como combater a pobreza não apenas com dinheiro, mas com educação, saúde e condições de vida digna. As Casas de Esperanças vão começar a surgir.
Aguardem.
Artigo escrito por José Reinaldo
