Funcionários da Petrobras iniciam greve nacional por impasse no acordo coletivo
Funcionários da Petrobras entraram em greve por tempo indeterminado nesta segunda-feira (15), após rejeitarem a segunda contraproposta apresentada pela estatal para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). A paralisação foi confirmada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), que projeta ampla adesão da categoria em unidades da empresa em todo o país.
Em nota, a FUP classificou a proposta como insuficiente e uma provocação aos trabalhadores, afirmando que ela não contempla reivindicações acumuladas ao longo de quase três anos de negociações. A federação representa cerca de 100 mil trabalhadores do setor de petróleo, por meio de 13 sindicatos filiados.
Entre os principais pontos de insatisfação está o reajuste proposto, que prevê apenas 0,5% de ganho real. A entidade também critica o que considera retrocessos e diferenciações de direitos entre empregados da holding e das subsidiárias. Segundo a FUP, a contraproposta contrasta com o desempenho financeiro da empresa, que distribuiu R$ 37,3 bilhões em dividendos apenas nos nove primeiros meses deste ano.
A federação também direcionou críticas à atual gestão da companhia, presidida por Magda Chambriard, avaliando que a condução do processo prioriza o impasse e compromete a negociação coletiva. Outro ponto central de conflito envolve os Planos de Equacionamento de Déficit da Petros, que impõem contribuições extras a trabalhadores da ativa, aposentados e pensionistas. Para a FUP, a empresa não apresentou até agora uma proposta que encaminhe solução para esse tema.
Em comunicado, a Petrobras afirmou que mantém canal permanente de diálogo com as entidades sindicais e participa de reuniões regulares com as federações para discutir a pauta de reivindicações. A estatal informou que apresentou, na terça-feira, 9 de dezembro, uma nova proposta que considera trazer avanços para a categoria.
Na nota, a empresa declarou que respeita o direito de manifestação dos empregados e ressaltou que, se necessário, adotará medidas de contingência para garantir a continuidade das atividades. A Petrobras reforçou ainda que segue aberta ao diálogo como forma de buscar entendimento com os trabalhadores.
O Acordo Coletivo de Trabalho estabelece regras sobre salários, benefícios, jornada de trabalho e aposentadoria complementar. Para os petroleiros, as propostas apresentadas até o momento não atendem questões estruturais, como o equacionamento dos déficits da Petros, ajustes no plano de cargos e salários e a defesa de uma Petrobras pública com fortalecimento de seu modelo de negócios.





