
O ataque militar lançado pelos Estados Unidos contra instalações nucleares iranianas na madrugada do dia 21 de junho provocou uma nova e perigosa escalada nas tensões do Oriente Médio, reacendendo temores de um conflito de proporções globais. A ofensiva, batizada de Operation Midnight Hammer, foi a ação mais direta dos EUA contra o programa nuclear do Irã desde o colapso do acordo nuclear em 2018.
Alvos estratégicos atingidos
Segundo o Pentágono, bombardeiros furtivos B‑2 lançaram bombas de penetração profunda contra três instalações nucleares altamente protegidas: Fordow, Natanz e Isfahan. Mísseis Tomahawk, disparados de submarinos americanos no Golfo Pérsico, deram suporte ao ataque. Washington afirmou que os danos foram “severos” e que a missão cumpriu seus objetivos de “interromper imediatamente o avanço nuclear iraniano”.
Teerã, por outro lado, minimizou os impactos. O governo iraniano declarou que os danos foram “limitados e superficiais”, e que as operações de enriquecimento de urânio serão retomadas em breve. Imagens de satélite e análises independentes ainda estão sendo avaliadas para determinar a extensão real dos estragos.
Resposta internacional e risco de retaliação
O ataque foi amplamente condenado pela comunidade internacional. A China e a Rússia acusaram os Estados Unidos de violarem o direito internacional, enquanto a União Europeia apelou por contenção e diálogo urgente. O Conselho de Segurança da ONU convocou uma reunião extraordinária neste domingo para debater a crise.
O Irã prometeu “resposta proporcional”. Autoridades do alto escalão militar iraniano indicam que a retaliação poderá incluir ataques a bases americanas na região, ações cibernéticas e operações coordenadas por aliados como o Hezbollah no Líbano e os Houthis no Iêmen. A Guarda Revolucionária iraniana também sugeriu a possibilidade de fechar o Estreito de Ormuz — rota estratégica por onde passa cerca de 20% do petróleo exportado globalmente.
Impacto nos mercados e clima político
O ataque teve reflexos imediatos nos mercados internacionais. O preço do petróleo tipo Brent subiu mais de 2% nas horas seguintes à ofensiva, atingindo US\$ 77,91 por barril. Especialistas alertam que uma escalada com bloqueio do Estreito de Ormuz pode elevar os preços para mais de US\$ 120, com impactos diretos nos custos de energia e inflação global.
Nos Estados Unidos, o ataque aprofundou divisões políticas internas. O presidente Donald Trump, em seu segundo mandato, defendeu a ação como “necessária para garantir a segurança nacional e impedir uma bomba nuclear iraniana”. Parlamentares democratas, no entanto, criticaram a falta de autorização do Congresso, levantando questionamentos sobre a legalidade da operação sob a War Powers Resolution.
Escalada ou contenção?
Analistas internacionais divergem sobre os próximos passos. Para alguns, o ataque pode forçar o Irã a reavaliar seus planos nucleares e aceitar mediação internacional. Para outros, trata-se de uma escalada sem precedentes, com potencial para desencadear um conflito regional que envolva Israel, Arábia Saudita e até potências globais.
O mundo observa agora com atenção os movimentos de Teerã, em um momento em que diplomacia e dissuasão caminham numa linha cada vez mais tênue.