
A medida marca um esforço claro da legenda tucana para retomar protagonismo no cenário político nacional, ampliando sua presença no Congresso e assegurando recursos públicos. Juntas, as duas siglas passam a contar com 28 deputados federais e sete senadores, configurando-se como a sétima maior bancada da Câmara e a quarta do Senado. A nova formação garante também o comando de 405 prefeituras e a manutenção de um governador, Eduardo Riedel (MS).
Diferente de uma fusão, a incorporação preserva o registro do PSDB e evita atritos jurídicos com o Cidadania, partido com o qual o PSDB está federado desde 2022, e cuja ruptura só será legalmente possível em 2026. A nova marca “PSDB + Podemos” será adotada provisoriamente, enquanto pontos como número eleitoral e governança interna ainda estão em negociação. A formalização do processo será encaminhada ao TSE na próxima semana, com expectativa de aprovação até outubro.
O movimento ocorre em meio à crise mais profunda da história tucana. Apenas dois anos após eleger três governadores, o PSDB perdeu dois deles (Eduardo Leite e Raquel Lyra) para o PSD. Com quadros esvaziados e discurso fragmentado, o partido busca agora se reposicionar como uma alternativa de centro para os eleitores que rejeitam tanto o presidente Lula (PT) quanto o ex-presidente Bolsonaro (PL). O novo slogan, “Radical no que importa”, resume essa tentativa de renovação.
Segundo o deputado Aécio Neves (MG), um dos principais articuladores da iniciativa, o PSDB precisa voltar a ser uma força de equilíbrio político. Para isso, planeja reformular seu programa com foco em quatro eixos: redução da desigualdade social, responsabilidade fiscal, gestão eficiente e reformas estruturais. Com a incorporação e a expectativa de ampliar sua base eleitoral, o partido espera alcançar os critérios da cláusula de barreira em 2026 e garantir sua sobrevivência no sistema partidário brasileiro.