
A redação do Jornal Itaqui-Bacanga realizou um levantamento de informações sobre a execução do empresário e agiota Josival Cavalcanti da Silva, conhecido como Pacovan. O assassinato ocorreu na última sexta-feira, 14, na conveniência do Posto Joyce (de sua propriedade) em Zé Doca, interior do Maranhão.
Pelo menos três pistoleiros participaram da ação criminosa: dois desceram do carro armados e ceifaram a vida da vítima, enquanto o terceiro ficou no veículo para dar fuga. A polícia acredita que uma quarta pessoa estava no automóvel no dia do crime.
Após fugirem, o carro foi abandonado e incendiado em uma estrada vicinal que dá acesso ao município de Paragominas, estado do Pará.
A polícia conseguiu identificar que o Fiat Siena Esence 1.6, placa OMZ8317, cor preta, ano 2015, Renavam 01036032210 está registrado em nome de Roberto Barbosa Moraes endereçado na Cidade de Fortaleza, no Estado do Ceará.
Há suspeita de que o veículo em questão possa ser roubado, clonado ou se de fato pertence à pessoa que aparece como proprietária do automóvel.

Outra informação divulgada pelo Portal AZ, do estado do Piauí, é que Pacovan teria ido a Teresina na semana antes do crime se encontrar com um empresário que tem um ponto na Ceasa.
A conversa entre os dois teria sido bastante ríspida ao ponto de quase evoluir para algo mais grave que segundo o portal, classificou como ‘fedia a sangue’.
Essa confusão foi motivada por que Pacovan teria ido ao local cobrar uma dívida desse empresário que não teve o nome divulgado.
Caso não seja comprovado a existência dessa dívida, cujos documentos podem ter sido extraviados, muita gente vai se dar de ‘bem’.
Novas informações também apontam que Pacovan mantinha negócios com políticos não só no Maranhão, como também no Piauí.
Empresário teria emprestado um valor aproximado na casa de R$ 10 milhões de reais para um candidato a deputado federal nas eleições de 2022. Além desse, outros também teriam recorrido a Pacovan para financiar seus projetos políticos no Piauí.
O empresário Josival da Silva possui um patrimônio estimado em algo em torno de R$ 600 milhões de reais.
Toda essa fortuna, segundo amigos próximos e também familiares, estava dividida entre fazendas e terras espalhadas pelo Maranhão e outros estados, cabeças de gado, vários veículos, entre caminhões e carretas e maquinário pesado.
Segundo apurado, Pacovan tinha dezenas de milhões de reais emprestados para políticos e empresários totalizando cinco estados em operação (Maranhão, Piauí, Pará, Tocantins e Ceará.
Dezenas de Postos de Combustíveis na capital e interior, diversas casas de alto padrão, inúmeros apartamentos, terrenos e demais imóveis em valores milionários também faziam parte do patrimônio de Josival Cavalcanti da Silva.
Isso, sem contar o volume de dinheiro em vários empreendimentos nas Centrais de Abastecimento (CEASA) de São Luís e Teresina.
Pacovan tinha, ainda, muito dinheiro [milhões] em espécie guardado e, além da pecuária, era forte nas negociações envolvendo o agronegócio.
Pacovan também atuava diretamente em negociação de emendas parlamentares: junto aos deputados com quem fazia os “tratos”, até a destinação a determinada prefeitura de sua indicação. Ele era uma espécie de “especialista” nesse tipo de negócio.
Difícil um político, prefeitos (as) e deputados estaduais e federal de grande ascensão na política do Maranhão que não tenha passado pelas mãos de Pacovan, direto ou indiretamente. São poucos os que não tiveram algum tipo de negócio com Pacovan.
Em muitas prefeituras do Maranhão, Josival Cavalcanti da Silva tinha “negócios” diretamente com o (a) prefeito (a), isso, desde a campanha eleitoral, quando sua “ajuda” sempre foi decisiva na reta final de qualquer disputa em eleição.
“Ele [Pacovan] tinha tanto dinheiro e negócios que nem mesmo a esposa, filhos e amigos conseguirão saber tudo. Era um volume gigante de transações financeiras”, detalhou um amigo.
Os últimos passos de Pacovan até a conveniência no Posto Joyce onde ocorreu o assassinato foram devidamente monitorados pelos executores.
Os autores do crime, bem como o mandante, sabiam que naquela tarde “Pacovan” iria se fazer presente em seu posto de combustível no município Zé Doca. Tudo planejado e calculado para evitar falhas na execução do empresário.

Às 14h39, “Pacovan” estava no município de Miranda do Norte, nesse exato horário ele falou com um empresário amigo por ligação telefônica e informou que estava em seu posto na cidade de Miranda.
Às 16h25, “Pacovan” atendeu novamente o celular por ligação do mesmo amigo empresário, para tratar sobre venda de combustível, e disse que estava indo rápido em Zé Doca. “Estou passando aqui por Santa Inês, depois a gente se fala”, disse durante a conversa o empresário Josival Cavalcanti da Silva ao amigo.
E, exatamente às 17h02, as câmeras de vídeo do circuito interno de vigilância do Posto Joyce, registram ele dentro e em seguida os assassinos chegando.
O crime tem características de execução e feito por homens com conhecimentos militares. E não apenas porque ambos usavam balaclava (gorro que se veste de forma ajustada na cabeça até o pescoço).
Uma situação intrigante do crime é quando – de forma muito fria – o primeiro homem “de porte grande”, desce do carro segurando a arma com as duas mãos.
Após efetuar diversos disparos de pistola contra Pacovan que vestia uma camisa amarela, o atirador continuar a manter as duas mãos na pistola, típico de treinamento militar.
Nesse instante, o segundo homem – que desce do banco de trás do Fiat Siena – vai até perto de onde “Pacovan” já estava no chão, para certificar-se que o alvo estava abatido; ele também efetua disparos em direção à vítima.