No artigo da semana passada falei sobre um projeto que poderá transformar o país em um dos mais importantes do mundo e que esse projeto faria do Maranhão um estado rico e promissor porque o nosso estado seria fundamental para tudo dar certo. Esse é um projeto de uma aliança entre países que tem
economias complementares ou se beneficiam muito com as trocas feitas entre eles e todos teriam grande importância no futuro próximo fustigado pelo aumento da temperatura global.
E porque o Maranhão seria tão importante assim? Principalmente pela nossa inigualável logística de transportes, os únicos portos brasileiros capazes de receber os maiores navios já construídos, aqueles que são os mais eficientes e pelo seu gigantismo, poder baixar os fretes dramaticamente, ou seja barateando os preços de mercadorias, sejam quais forem, que transportarem. Isso está demonstrado pela Vale SA que consegue se impor como mineradora global competindo com mineradoras localizadas muito mais próximos dos mercados compradores. Não há nenhuma dúvida sobre isso.
Mas, não é só portos que são importantes nessa logística, como bem alertou o Banco Mundial. A Vale não transporta minérios em caminhão, se fizesse isso estaria quebrada em pouco tempo, só usa ferrovias de alta qualidade e que igualmente derrubam o preço final do seu produto.
Explicado isso, para melhor compreensão, O Maranhão só será fundamental para o êxito do referido programa, que poderá transformar o país, se o porto profundo de Alcântara-8 berços com 25 metros de profundidade- estiver disponível e ligado a todo o sistema ferroviário do Brasil, que tem como eixo integrador a Ferrovia Norte Sul. Essa ferrovia que nos ligará a todo o Brasil e a América do Sul, já está autorizada pelo governo federal. É a EF-317, a Ferrovia do Maranhão.
O Banco Mundial já apresentou um estudo em que demonstra que esse sistema descrito acima, tem um retorno financeiro enorme, inexistente em projetos de infraestrutura. E recomendou urgência em sua construção. Repito é a mesma logística que enriqueceu a Vale, que ficaria disponível para todos e não só para a sua proprietária que tem muita carga a transportar.
A EF-317 é uma das sete ferrovias com prioridade 1 do governo federal e possui o melhor ranking de indicador Econômico Financeiro dos empreendimentos do grupo de prioridade um. Além disso possui o terceiro melhor ranking de Índice de Benefícios Gerais de todos os empreendimentos e possui nota de impacto global superior aos empreendimentos que apresentaram melhor IEF e é a única classificada no grupo de prioridade um. Esse estudo é do governo federal, do Ministério dos Transportes, publicado há um mês atrás. Ou seja, é o melhor projeto de infraestrutura do Brasil, fundamental para os sonhos de desenvolvimento do Maranhão e do Brasil.
Mas acontece que empresários privados sozinhos não conseguem construir um projeto gigantesco como esse, é preciso a ajuda e o apoio dos governos. Tai o exemplo da própria Ferrovia Norte Sul, a mais importante ferrovia brasileira de uso geral, que levou cerca de 35 anos para ser construída. E quem explica isso é o próprio Ministro dos Transportes Renan Filho. Vejam o que declarou o ministro: Em entrevista para o portal NEOFEED com o título ‘O plano de Renan Filho, ministro dos Transportes, para acabar com as “ferrovias de papel”. O ministro nessa entrevista declarou que “o governo precisa participar dos projetos junto com a iniciativa privada para ampliar a malha ferroviária. Ele acredita que que a ampliação e modernização da malha ferroviária brasileira só virá com aporte do governo ao setor privado nos projetos, pois o custo de construir uma ferrovia é proibitivo”.
Sábias palavras.
“Ferrovia só anda com aporte do governo ao setor privado para transformar o VPL negativo para um positivo”.
Para o Maranhão que precisa mostrar ao governo federal, ao presidente Lula e seus ministros, esse projeto fundamental ao país e que transforma o nosso estado, a que chamamos de Aliança, salta à vista a importância do projeto Porto e Ferrovia da GPM no nosso estado, peça fundamental para esse projeto alcançar seus objetivos.
O fato é que sem essa logística de transportes o Maranhão perde um dos seus maiores trunfos para o seu próprio desenvolvimento econômico e pode ver que nessa hipótese, vai ter que disputar espaço com outros estados brasileiros. O próprio projeto da Aliança, perderá parte de sua força vital já que nesse caso o custo do transporte não será um diferencial de tamanha importância. Ele funcionará plenamente se todas as vantagens que temos forem aproveitadas.
Esse fato é da maior importância e terá que ser resolvido no bojo das negociações internas e externas do projeto de Alianças que poderá tornar o país o maior fornecedor de energia verde do mundo e do maior exportador de alimentos do mundo, que será trocado por tecnologia avançada e financiamento para promover o desenvolvimento econômico e social do Brasil.
Com essa infraestrutura tudo passará por aqui, sem ela poderemos ser apenas coadjuvantes.
