
Há algumas semanas atrás recebemos na SEDEPE o cientista de foguetes Dr. Oswaldo B. Loureda, fundador da Acrux e professor Adjunto de Engenharia Aeroespacial/UFMA. Eles estavam em São José dos Campos mas quando viram que o Centro de Lançamento de Alcântara(CLA) fez um edital para chamamento de empresas que quisessem fazer lançamentos no CLA, eles imediatamente desejaram aproveitar a oportunidade, e fazendo uma pesquisa descobriram que dos estados do Nordeste o único a oferecer cursos de Engenharia Aeroespacial, que é fundamental para essa atividade, é a UFMA em São Luís e ai decidiram que o local para trabalharem era o Maranhão. Aqui poderiam desenvolver e lançar foguetes, produzir combustíveis sólidos e satélites. O setor espacial oferece oportunidades que vão a 400 bilhões de dólares/ano e no futuro próximo esse mercado poderá chegar a 1 trilhão de dólares.
Eu já contei aqui a minha luta no Congresso Nacional para criar na UFMA o curso de Engenharia Aeroespacial.
Consegui recursos vultuosos, com apoio de toda a bancada, para laboratórios e outros equipamentos que
foram destinados a UFMA, ao CLA, e ao ITA (que nos deu apoio e orientou). Fiquei muito feliz e realizado quando o professor Loureda, falou que foi a existência do curso que fez tomarem a decisão de vir para cá. Ele inclusive fez concurso e é Professor Adjunto do Curso de Engenharia Aeroespacial da UFMA, trazendo aos alunos a prática de um Cientista de Foguetes, que conhece profundamente o setor.
Hoje a Acrux ocupa um galpão no Parque Tecnológico da UFMA, preparando, com auxílio de impressoras 3-D,
pequenos foguetes de titânio para fazer pesquisas no espaço. Mas o objetivo é projetar grandes e pesados
foguetes para colocar satélites em orbita.
Se instalaram provisoriamente no Núcleo Avançado de Empreendedorismo da UFMA que é um espaço físico que abrigará as atividades de fomento à política de empreendedorismo e gestão da inovação, tais como: 1- Programa de educação empreendedora; 2- Modelagem de negócios; 3- Desenvolvimento de startups e spin-offs;
4- Incubação e aceleração de empresas; 5- Desenvolvimento de empresas juniores; 6- Gestão de inovação e serviços tecnológicos; 7- Espaço de coworking, eventos e labs; 8-Gestão de parque tecnológico.
Isso faz parte da Agência de Inovação, Empreendedorismo, Pesquisa, Pós Graduação e Internacionalização (AGEUFMA) da Diretoria de Empreendedorismo- DEMP da UFMA.
A Agência Espacial Brasileira fez um concurso para a criação de um Veículo Lançador de pequeno porte,
capitaneado pela iniciativa privada e um consórcio liderado pela Akaer recebeu um investimento não reembolsável no valor de 185 milhões de reais para desenvolver um veículo baseado no foguete Montenegro MKI, que será desenvolvido em cooperação com empresas como ACRUX Aerospace, BRENG e EMSISTI.
Esse foguete foi projetado pela ACRUX.
Com o objetivo de impulsionar o desenvolvimento tecnológico, o projeto envolverá a participação de
universidades e instituições de pesquisa nacionais. Estima-se que 90% do veículo será fabricado no
Maranhão, contribuindo para a formação de um novo polo tecnológico na região e fortalecendo o Centro de
Lançamento de Alcântara (CLA).
Veículos Lançadores de Pequeno Porte terão capacidade de colocar micro e nanosatélites em orbita, feito que o país persegue há décadas, mas que nunca conseguiu alcançar. A partir do momento em que o país conseguir isso, se posiciona internacionalmente como nação soberana na área espacial, diz Loureda.
Quem está à frente dos projetos entende que a importância de desenvolver veículos lançadores vai além
da carga útil que será colocada no espaço. A expectativa é de que o crescimento do setor espacial provoque um
efeito em cadeia que leve ao desenvolvimento de outros mercados, tecnologias e qualifique mão de obra,
completa Loureda.
“Não é só o veículo, é todo um sistema de negócios”, diz Rodrigo Leonardi, diretor da Agência Espacial Brasileira (AEB). “No passado, se explorava o espaço para se fortalecer do ponto de vista geopolítico. Hoje, é possível fazer o espaço com um viés econômico”, completou.
Com o sucesso do programa e com a responsabilidade de fabricar um Veículo Lançador de Pequeno Porte, que
como vimos 90% dele será feito no Maranhão e a necessidade de produzir inicialmente combustível sólido,
e produzir tecnologia, as instalações que ocupam no Campus da UFMA, já não serão suficientes e vão precisar
de uma área de 10 há para se instalarem. Também querem usar um prédio no Centro Histórico para uma unidade de Compósitos para a qual precisam de 200m². Um prédio que seria o ideal, até como atração turística seria a antiga Estação Central da Rede Ferroviária na avenida Beira Mar. Seria também ponto de visita para colégios de todas as series.
Entre os Benefícios iniciais estão o financiamento de Cursos de Especialização em Tecnologias de Foguetes;
Financiamento de bolsas de pesquisa para acadêmicos e docentes de universidades do Estado do Maranhão;
Instalação de três estações meteorológicas nas três unidades da Acrux e fornecimento de dados para a
Secretaria do Meio Ambiente; Instalação e financiamento para um projeto de uma estação de superfície de baixo
custo no IEMA.
Alcântara precisa com urgência resolver as dificuldades da travessia, em qualquer tempo, para São Luís. Da
maneira atual torna-se muito dispendioso manter equipes de trabalho permanentes na cidade. A solução
que atende plenamente é a ligação por Catamarães, iguais aos desenvolvidos pelo estaleiro maranhense Batevento, já em produção e que atestou conseguir fazer a travessia em 30 minutos. Isso mudaria tudo pois teria
como efeito um grande crescimento para toda a região, mas principalmente para Alcântara. Se sair do Espigão
então seria perfeito, pois grandes empresas e universidades poderiam se fixar no município.
Está na hora de termos a nossa escola de tecnologia de alto nível, tendo como modelo a Senai Cimatec da Bahia.
Nas conversas iniciais com a ICMS Foundation, da Bélgica, universidades tecnológicas podem ser financiadas pela
fundação. É ainda um projeto embrionário mas a presença entre nós da Acrux legitima ainda mais essa intenção. Essa importantíssima escola poderia ficar na cidade de Alcântara.