Em meio ao agravamento da crise na segurança pública do Maranhão, dois secretários de Estado, ambos membros da família do governador Carlos Brandão, aproveitaram o período para descansar em um hotel de luxo em Fernando de Noronha, um dos destinos turísticos mais caros do país.
Trata-se de Orleans Brandão, secretário de Assuntos Municipalistas e filho de Marcus Brandão, e de Vinícius Ferro, também integrante do alto escalão do governo estadual e marido de uma sobrinha do governador.
Enquanto isso, em São Luís e em outras cidades maranhenses, moradores convivem com medo, em meio a tiroteios, assaltos e ataques violentos que vêm sendo registrados desde o início da semana.
O episódio gerou forte repercussão e críticas, sobretudo pelo momento delicado enfrentado pela população. Segundo informações, uma autorização de férias retroativas foi publicada posteriormente para justificar a ausência de Orleans, o que levantou questionamentos sobre tratamento privilegiado dentro da gestão.
Diário confirma férias a Orleans Bebezão:

O caso reforça o que recentemente foi dito pelo ministro Flávio Dino, em seu voto no Supremo Tribunal Federal (STF), ao tratar do tema nepotismo. Dino afirmou que “governo não pode ser confundido com almoço de domingo nem com ceia de Natal”. A observação parece se encaixar perfeitamente na realidade maranhense, onde, diferente do que ocorre com outros servidores, familiares do governador parecem não ser cobrados com o mesmo rigor.
Como pode? Enquanto o povo enfrenta insegurança e medo, secretários familiares do governador gozam de férias de apenas três dias para justificar viagens a destinos turísticos de luxo, em plena crise estadual.
A situação evidencia o distanciamento da gestão Brandão da realidade vivida pelos maranhenses. Em vez de liderar a busca por soluções e reforçar o combate à criminalidade, o governo parece mais preocupado em preservar a imagem e o conforto de seus familiares.



