
Do total, R$ 8,08 bilhões pertencem a 48,4 milhões de pessoas físicas, enquanto R$ 2,37 bilhões estão em nome de 4,56 milhões de empresas.
Os valores podem ser consultados e resgatados exclusivamente pelo site oficial do programa — valoresareceber.bcb.gov.br — mediante login com conta nível prata ou ouro e autenticação em duas etapas no portal gov.br.
O Banco Central e o Ministério da Fazenda reforçam que não há prazo para o saque: o dinheiro permanece guardado nas instituições financeiras até que o titular solicite o resgate. Embora o Congresso Nacional tenha autorizado, em 2024, que o Tesouro Nacional recolhesse esses recursos, a Fazenda informou que o procedimento não foi iniciado.
Somente em agosto deste ano, os resgates somaram R$ 396,7 milhões. Desde o lançamento do Sistema de Valores a Receber (SVR), em fevereiro de 2022, o Banco Central já devolveu R$ 11,74 bilhões — sendo R$ 8,66 bilhões para 30,3 milhões de pessoas físicas e R$ 3,08 bilhões para 3,2 milhões de empresas.
A maioria dos beneficiários, porém, tem direito a pequenas quantias. Segundo o BC, 64% possuem valores de até R$ 10, enquanto apenas 1,8% têm montantes superiores a R$ 1 mil.
Os recursos estão distribuídos principalmente entre bancos (R$ 5,9 bilhões), administradoras de consórcios (R$ 3,1 bilhões) e cooperativas de crédito (R$ 864 milhões), além de instituições de pagamento, financeiras, corretoras e distribuidoras.
As principais origens dos valores esquecidos são contas correntes e poupanças encerradas, tarifas cobradas indevidamente, cotas de cooperativas, consórcios finalizados e contas de pagamento com saldos residuais.
O processo de consulta e resgate é gratuito e seguro, e o Banco Central alerta para golpes virtuais: o órgão não envia links, e-mails ou mensagens diretas, nem solicita dados pessoais. Apenas a instituição financeira listada na consulta pode entrar em contato com o titular.
Quem possui chave Pix pode receber automaticamente os valores em até 12 dias úteis. Já os que não possuem Pix devem entrar em contato com o banco indicado no sistema para combinar a forma de devolução.
Com a nova função de resgate automático, lançada recentemente pelo BC, o cidadão não precisa mais consultar o sistema com frequência ou solicitar cada valor manualmente. A medida torna o processo mais rápido, prático e seguro para quem ainda tem dinheiro esquecido no sistema financeiro.