
A Região Metropolitana de São Luís encerrou o mês de setembro de 2025 com um saldo preocupante: 23 homicídios dolosos registrados em apenas 30 dias, segundo dados preliminares da Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA), divulgados nesta quarta-feira (1º). O levantamento inclui ocorrências em São Luís, São José de Ribamar e Paço do Lumiar, regiões onde a sensação de insegurança entre os moradores só cresce, enquanto o poder público falha em apresentar respostas eficazes.
A maioria das vítimas era do sexo masculino, com idades entre 14 e 53 anos. Em 18 casos, a arma de fogo foi utilizada. Três homicídios foram latrocínios, ou seja, roubo seguido de morte, um dado que escancara não só a violência, mas também a impunidade e a falta de controle sobre o crime organizado.
Um caso de feminicídio também foi registrado no dia 1º de setembro, no bairro Aurora, onde uma jovem de 22 anos foi morta a tiros. Além disso, um homem morreu durante confronto com a PM, no bairro Mojó, em São José de Ribamar. E mais: cinco mortes em acidentes de trânsito foram classificadas como homicídios culposos, incluindo o caso trágico de duas crianças atropeladas no bairro Redenção, em São Luís.
Insegurança generalizada e uma gestão omissa
Enquanto os números da violência avançam, o que se vê por parte da Secretaria de Segurança Pública do Maranhão é uma postura passiva, marcada por discursos repetitivos, operações pontuais e nenhuma estratégia sólida de enfrentamento à criminalidade. A população convive com tiroteios em plena luz do dia, roubos em série e execuções cada vez mais brutais, especialmente nas áreas periféricas da capital.

À frente da SSP-MA, o secretário Maurício Martins tem demonstrado falta de comando, articulação e capacidade de resposta diante da crise da segurança pública no estado. Sua gestão é marcada por um discurso técnico vazio, sem presença efetiva nas ruas ou investimento em inteligência policial, prevenção e valorização das forças de segurança.
É inaceitável que, em pleno século XXI, a principal resposta da pasta diante de estatísticas alarmantes seja apenas o aviso de que “os dados são preliminares”. Enquanto isso, comunidades inteiras vivem reféns da violência, sem policiamento adequado, sem ações estruturadas de combate ao crime e com a constante ameaça da criminalidade organizada.
O Maranhão precisa urgentemente de uma política de segurança pública firme, transparente e integrada, com ações que vão além do papel. Chegou a hora de parar de maquiar estatísticas e encarar a realidade: o atual modelo faliu, e a permanência de gestores ineficientes como Maurício Martins só agrava o problema.
Enquanto o governo não encarar a segurança pública como prioridade de fato, com planejamento, investimento em tecnologia, valorização da polícia e políticas sociais integradas, os números da violência seguirão sendo apenas o retrato frio de uma tragédia que atinge milhares de famílias maranhenses todos os anos.