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Acusada de envenenar ovos de Páscoa e matar duas crianças irá a júri popular no Maranhão

Justiça aceita denúncia contra Jordélia Barbosa, suspeita de premeditar o crime motivado por ciúmes e vingança; mãe das vítimas também foi envenenada, mas sobreviveu

A Justiça do Maranhão decidiu que Jordélia Pereira Barbosa, de 36 anos, irá a julgamento pelo Tribunal do Júri Popular, em Imperatriz, acusada de um crime que chocou o estado e o país: o envenenamento de ovos de Páscoa que resultou na morte de duas crianças e na internação em estado grave da mãe delas. A data do julgamento ainda será definida.

O caso, que teve grande repercussão em abril deste ano, é conduzido pela 3ª Vara Criminal de Imperatriz, com atuação da 8ª Promotoria de Justiça, sob responsabilidade do promotor Tiago Quintanilha Nogueira. A denúncia foi aceita pelo juiz titular da vara, que reconheceu as qualificadoras apresentadas pelo Ministério Público do Maranhão (MPMA).

Segundo as investigações da Polícia Civil, Jordélia Barbosa teria enviado ovos de Páscoa contaminados com “chumbinho”, um veneno de uso clandestino e altamente tóxico, para a casa de Mírian Lira Rocha, em Imperatriz. O conteúdo foi ingerido por seus filhos, Luiz Fernando Rocha Silva, de 7 anos, e Evillyn Fernanda Rocha Silva, de 13, que não resistiram ao envenenamento. Mírian também consumiu parte do chocolate e precisou ser internada em estado grave na UTI. Ela conseguiu se recuperar após dias de internação.

Premeditação e disfarces

A polícia concluiu que o crime foi cuidadosamente premeditado. Jordélia percorreu cerca de 384 quilômetros, saindo da cidade de Santa Inês até Imperatriz, onde se hospedou utilizando nome falso e disfarces, incluindo perucas e óculos escuros.

A suspeita adquiriu os chocolates em um comércio local, envenenou os doces e contratou um motoboy para realizar a entrega. Junto aos ovos, foi deixado um bilhete: “Com amor para Mírian Lira. Feliz Páscoa!!!”, o que, segundo os investigadores, foi uma tentativa de mascarar a intenção criminosa com um gesto aparentemente afetuoso.

Motivação torpe e agravantes

De acordo com a acusação formal do MPMA, o crime foi motivado por ciúmes e vingança, o que caracteriza motivo torpe. O Ministério Público também apontou as seguintes qualificadoras: uso de veneno, dissimulação e crime praticado contra menores de 14 anos.

Desde o dia 17 de abril, Jordélia está presa preventivamente na Unidade Prisional Feminina de São Luís, onde aguarda julgamento. A defesa da acusada ainda não se manifestou sobre a decisão que a leva a júri popular.

O caso gerou comoção em todo o estado e trouxe à tona discussões sobre crimes passionais, uso de substâncias proibidas e a fragilidade no controle de substâncias letais como o “chumbinho”, ainda facilmente acessível apesar da proibição de comercialização.

O julgamento de Jordélia Barbosa promete mobilizar a opinião pública e será um dos mais aguardados da região nos próximos meses, dada a brutalidade do crime, a premeditação envolvida e o fato de as vítimas serem crianças.

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