
Na comparação com o mesmo período de 2024, a economia brasileira avançou 2,2%. No acumulado do primeiro semestre, o crescimento é de 2,5%, enquanto a variação dos últimos quatro trimestres soma 3,2%.
Este é o 16º trimestre consecutivo de alta do PIB nacional, mantendo uma trajetória de expansão iniciada em meados de 2021, quando a economia havia recuado 0,6%.
Pelo lado da produção, o crescimento foi impulsionado pelos setores de serviços (0,6%) e indústria (0,5%), que compensaram a leve retração da agropecuária (-0,1%). Já sob a ótica da demanda, o consumo das famílias subiu 0,5%, atingindo nível recorde. Em contrapartida, os gastos do governo recuaram 0,6%, e os investimentos caíram 2,2%.
No comparativo anual, o setor agropecuário teve crescimento expressivo de 10,1%, impulsionado pelo aumento da produtividade em lavouras específicas, o que sustentou parte do desempenho positivo no acumulado do ano.
Apesar do resultado positivo, o ritmo de crescimento do PIB desacelerou em relação ao primeiro trimestre de 2025, quando a expansão havia sido de 1,3%. Segundo a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, essa desaceleração já era esperada diante do cenário de juros elevados, que afetam o consumo e os investimentos.
“A política monetária restritiva tem impacto direto na atividade econômica, mas o setor de serviços tem mostrado resiliência, impulsionado por áreas como finanças, tecnologia, transporte e logística”, afirmou Palis.
A taxa Selic, que vinha sendo elevada gradualmente desde setembro de 2024, atingiu 15% ao ano em julho deste ano — o maior patamar desde 2006. A medida visa conter a inflação, que permanece acima da meta do governo, fixada em 4,5% pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
Segundo o Banco Central, o impacto da taxa básica de juros sobre a inflação leva de seis a nove meses para se refletir plenamente na economia, afetando diretamente o crédito, os investimentos e o nível de atividade.
O mercado financeiro, por meio do Boletim Focus do Banco Central, estima um crescimento de 2,19% para o PIB em 2025. Já a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda mantém uma projeção mais otimista, prevendo expansão de 2,5% no ano.
Em 2024, a economia brasileira havia registrado crescimento de 3,4%, marcando o quarto ano consecutivo de alta. O melhor desempenho recente foi em 2021, quando o país teve um avanço de 4,8% no PIB.
O Produto Interno Bruto representa a soma de todos os bens e serviços finais produzidos no país em determinado período. É o principal indicador utilizado para medir o desempenho econômico, embora não reflita aspectos como distribuição de renda ou qualidade de vida da população.
Países com PIB elevado nem sempre garantem bem-estar social amplo, enquanto economias menores podem apresentar indicadores sociais mais equilibrados, o que mostra os limites da análise exclusiva pelo crescimento econômico.