
A suspensão do voo já estava em vigor desde março, como parte de um conjunto de ajustes operacionais anunciados pela companhia ainda em janeiro. Barreirinhas foi incluída entre os destinos considerados “não lucrativos”, em um plano mais amplo de reestruturação que já eliminou 14 rotas em 2025 e pode chegar a 53, segundo dados apresentados a investidores.
A decisão afeta diretamente o turismo no interior do Maranhão, região que abriga um dos principais atrativos naturais do país. Com a saída da Azul, Barreirinhas deixa de contar com voos comerciais regulares, dificultando o acesso aéreo à região e impactando negativamente a cadeia turística local.
A reconfiguração da malha aérea ocorre no contexto do processo de recuperação judicial da empresa nos Estados Unidos, iniciado em maio, sob o chamado Capítulo 11 da Lei de Falências. Desde então, a Azul tem priorizado a concentração de suas operações em hubs considerados estratégicos, com destaque para o Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP).
A companhia também atribui os cortes à alta do dólar, à escassez de aeronaves, aos efeitos da crise global na cadeia de suprimentos e ao desequilíbrio entre oferta e demanda. Em nota, informou que os passageiros afetados foram comunicados previamente e receberam assistência conforme prevê a Resolução 400 da Anac.
Outros destinos impactados pela reestruturação incluem Fernando de Noronha (PE), Juazeiro do Norte (CE) e Caruaru (PE), que passou a receber aeronaves de menor porte devido à baixa ocupação.
Apesar das justificativas econômicas, a saída de empresas aéreas de regiões como os Lençóis Maranhenses reabre o debate sobre a falta de integração nacional no setor de aviação e a pouca atenção a destinos turísticos de alto valor ambiental e econômico.