Justiça torna rapper Oruam réu por tentativa de homicídio contra policiais

O cantor de rap Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, conhecido como Oruam, virou réu por tentativa de homicídio qualificada contra agentes da Polícia Militar. A decisão foi proferida pela juíza Tula Correa de Mello, da 3ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, após o Ministério Público do Estado (MPRJ) apresentar denúncia com base nos acontecimentos de 21 de junho, durante operação no Complexo da Penha.
Oruam, que já estava preso preventivamente, agora responde formalmente por tentativa de homicídio. Segundo o MPRJ, ele e o amigo Willyam Matheus Vianna Rodrigues Vieira teriam lançado pedras, algumas com até 4,8 kg, contra os policiais do alto de uma varanda, durante tentativa de impedir a apreensão de um adolescente procurado por tráfico e roubo. Um dos agentes foi atingido nas costas e outro precisou se proteger atrás da viatura.
A Promotoria afirma que os acusados agiram com dolo eventual, ou seja, assumiram o risco de matar, o que caracteriza tentativa de homicídio qualificada por motivo torpe, meio cruel e contra agentes públicos. Com isso, o caso se enquadra na Lei dos Crimes Hediondos.
Além disso, um novo mandado de prisão preventiva foi expedido contra Oruam.
Vídeos registrados naquela noite mostram o artista esmurrando uma viatura da PM. Ele também é acusado de incitar ataques à polícia por meio das redes sociais, desafiando abertamente a atuação das forças de segurança no Complexo da Penha, onde reside.
Ao todo, o rapper responde a oito acusações: tráfico de drogas, associação ao tráfico, resistência qualificada, desacato, dano qualificado, ameaça, lesão corporal e tentativa de homicídio qualificada.
Defesa nega crime de homicídio
A defesa de Oruam nega que o artista tenha tentado matar qualquer pessoa. Segundo os advogados, ele reagiu em “momento de extremo desespero e legítima defesa”, alegando agressões físicas, ameaças e ação policial realizada de forma irregular, sem mandado válido, com veículos descaracterizados e fora do horário permitido por lei.
A assessoria jurídica do artista também sustenta que houve abuso de autoridade por parte dos agentes, conforme previsto na Lei nº 13.869/2019.