Seca grave atinge 78 municípios no Maranhão e ameaça abastecimento de água e produção agrícola

A estiagem que se prolonga sobre o Maranhão já afeta diretamente 78 municípios, mergulhando o estado em uma das fases mais críticas de escassez hídrica dos últimos anos. O alerta vem do Núcleo Geoambiental da Universidade Estadual do Maranhão (Nugeo/Uema), que classifica a situação como preocupante e com consequências severas para o meio ambiente, a economia e a saúde pública.
De acordo com dados do Monitor de Secas, ferramenta nacional que acompanha os efeitos da estiagem no Brasil, grande parte dos municípios maranhenses já se encontra sob o nível S2 (seca grave), estágio que antecede a seca extrema. O impacto já é visível: rios com volume reduzido, poços secando, pastagens comprometidas e perdas expressivas na produção agrícola.
A região centro-leste do estado é, até agora, a mais afetada, com registros constantes de queda nos níveis dos reservatórios e restrições no fornecimento de água, tanto para o consumo humano quanto para atividades produtivas, como irrigação e criação de animais.
Especialistas do Nugeo apontam que a combinação entre estiagem prolongada e altas temperaturas está agravando a situação e exigindo medidas urgentes de contenção e adaptação, principalmente no interior do estado, onde a dependência da agricultura de subsistência é maior.
Além das perdas materiais e ambientais, a seca traz consigo riscos diretos à saúde da população. O Ministério da Saúde já alerta para o aumento de casos de desidratação e doenças respiratórias, agravadas pela baixa umidade do ar e pelas queimadas que tendem a se intensificar nesse período.
A situação escancara não apenas os efeitos locais da crise climática, mas também a ausência de políticas públicas consistentes para enfrentamento da escassez hídrica no Maranhão. O avanço da estiagem exige respostas imediatas dos governos estadual e federal, sob o risco de um colapso no abastecimento e no equilíbrio ambiental de diversas regiões.