
A Federação Internacional do Futebol – FIFA, está realizando o Mundial de Clubes, nos Estados Unidos. Diferentemente do formato anterior – com seis clubes, que já era um avanço frente à proposta ainda mais antiga, com apenas dois times – a competição reúne 32 times de todos os continentes.
Antes do campeonato iniciar, surgiram incógnitas e dúvidas pairavam sobre especialistas, comentaristas e torcedores mundo afora. Qual será o comportamento dos chamados “superclubes” europeus? Como se portarão os times do país pentacampeão?
Os resultados da primeira e segunda rodada, no entanto, mostram o equilíbrio de uma competição como esta, ressalta o equilíbrio entre diversos clubes e descarta favoritismos.
Falando dos brasileiros, o Botafogo iniciou bem, com uma vitória, e consolidou a classificação vencendo o poderoso Paris Saint-Germain, campeão da Champions League, em jogo muito acertado.
O Palmeiras também encaminhou a sua classificação, após empate na estreia e vitória no segundo jogo. O Fluminense encarou de frente outro poderoso europeu, o Borussia Dortmund, jogou melhor e arrancou um importante empate, no grupo que, dentre os brasileiros, era considerado o “da morte”.
Já o Flamengo, este passeou na estreia, fez o resultado e controlou bem o jogo, já pensando na missão contra o forte Chelsea. As chances de classificação do rubro-negro para a próxima fase também são altas.
Essas análises pontuais, sem pretensão de aprofundamento quanto a esquemas de jogo, são para demonstrar que o futebol brasileiro, diferentemente do que foi alardeado, seja pela mídia europeia, que do “mundo superior”, seja por aqueles que ainda vestem camisa de vira-lata, cuja síndrome só permite se enxergar um degrau abaixo.
Além dos brasileiros, outros resultados que o mundo do futebol aplaude… Monterrey empatando com Inter de Milão, Miami ganhando do Clube do Porto e o Al-Hilal, empatando com o supertime do Real Madrid.
E não se pode dizer que são jogos sem emoção. Naturalmente, um ou outro não proporcionam, assim, tanto entusiasmo, mas, no geral, a competição mostra o acerto da FIFA em reunir clubes de todos os continentes em um campeonato mundial.
Como já dizia o poeta do futebol, dentro de campo são onze contra onze. Ah, por óbvio, superioridade técnica sim, mas, absolutamente, nenhum resultado pode ser previsto e o jogo só acaba, literalmente, quando termina. Enquanto o último apito do árbitro não vem, tudo pode acontecer.
Os europeus que se cuidem, pois, a exemplo da chave do Botafogo, ou Atlético de Madri ou PSG darão adeus à competição na última rodada. Pelo critério de desempate, o alvinegro carioca já está na próxima fase, ao vencer também o gigante PSG.
Para os amantes do futebol, o Mundial de Clubes está proporcionando momentos de efusividade. E assim o futebol segue, com suas doces incertezas, na única certeza de que o “jogo é jogado”. Os “deuses” do futebol cumprem seu papel ao contrariar as previsões e trazer esperança, encanto e alegria.
* Juiz de Direito da Comarca da Ilha de São Luís. Membro das Academias Ludovicense de Letras, Maranhense de Letras Jurídicas, ALMA – Academia Literária do Maranhão, e AMCAL – Academia Matinhense de Ciências, Artes e Letras.