
Durante audiência no Senado Federal nesta semana, o novo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz Maciel, adotou uma postura defensiva ao ser questionado sobre o gigantesco esquema de fraudes contra aposentados — considerado, até o momento, o maior escândalo do governo Lula. Em vez de apresentar medidas concretas para ressarcir os milhares de beneficiários lesados por descontos ilegais nos seus benefícios, o ministro preferiu culpar o governo anterior, liderado por Jair Bolsonaro (2019–2022).
De forma indireta, Wolney afirmou que “o ladrão entrou entre 2019 a 2022”, insinuando que as fraudes começaram na gestão passada. A declaração, considerada por senadores como tentativa de desviar o foco, causou reações imediatas, já que o escândalo ocorre em plena gestão petista e já provocou prejuízos bilionários aos cofres públicos e aos segurados do INSS.
No entanto, o ministro omitiu um dado essencial: foi justamente Jair Bolsonaro quem assinou, em 2019, a Medida Provisória 871, também conhecida como MP do Pente-Fino, que endurecia as regras para concessão de benefícios previdenciários e criava filtros mais rígidos para combater fraudes. A medida foi transformada em lei com apoio da maioria do Congresso.
Posteriormente, parlamentares da base de esquerda ligada ao atual presidente Lula atuaram para derrubar ou enfraquecer esses mecanismos de controle, sob o argumento de que estariam prejudicando o acesso de segurados a seus direitos. Essa flexibilização abriu brechas que facilitaram o avanço do esquema criminoso, agora investigado pela Polícia Federal.
O caso expõe não apenas a vulnerabilidade da gestão atual da Previdência, mas também um movimento político de transferência de responsabilidade, que ignora decisões recentes do próprio governo. Até agora, não há um plano claro apresentado por Wolney Queiroz para ressarcir os aposentados, nem para reverter a fragilidade do sistema que permitiu os desvios.
Enquanto isso, milhões de brasileiros que dependem do INSS continuam esperando respostas, providências e, principalmente, justiça.