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Polícia

Dois envolvidos na morte do prefeito de Davinópolis são colocados em liberdade

Por determinação judicial, Gean Dearlen dos Santos Neres, o “Gean Estrada”, e Carlos
Ramiro Lima Ramos, o “Léo”, foram soltos neste fim de semana após terem sido
presos como suspeitos de participação no assassinato do prefeito de Davinópolis/MA,
Ivanildo Paiva Barbosa. O corpo da vítima foi encontrado em uma área de matagal, no
dia 11 de novembro do ano passado, às margens da BR-010.

Além disto, José Rubem Firmo (PC do B), o “Rubem Lava Jato”, preso como
mandante da morte de Ivanildo e que assumiu o seu lugar como prefeito da cidade, foi
novamente interrogado nesta terça-feira (8) na Delegacia de Homicídios e Proteção à
Pessoa (DHPP) de Imperatriz. Ele foi capturado no dia 31 de dezembro do ano
passado, por força de mandado de prisão temporária de 30 dias.

A prisão de José Rubem
O delegado Jeffrey Furtado, que integra a força-tarefa da Superintendência de
Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP) responsável pela investigação do caso, disse
que José Rubem foi preso em sua residência, na Avenida Davi Alves Silva, situada em
Davinópolis. O atual prefeito do município já havia sido ouvido na data em que o
corpo de Ivanildo foi encontrado, no dia 11 de novembro deste ano, em um matagal às
margens da BR-010.

José Rubem continua preso como mandante da morte de Ivanildo

Além do mandado de prisão, de 30 dias, os policiais também cumpriram mandado de
busca e apreensão na residência do prefeito Rubem. Foi pedida, ainda, a suspensão do
exercício do cargo dele como gestor em Davinópolis, sendo que a Câmara de
Vereadores tomará as providências. A SHPP, agora, pretende encerrar o inquérito
policial nos próximos dias, para remetê-lo à Justiça.

Jeffrey Furtado destacou que algumas provas ainda precisam ser reunidas, para que o
Poder Judiciário receba o inquérito com muito embasamento sobre a participação de
cada um dos oito presos no esquema que resultou no assassinato de Ivanildo Paiva.

Prisão de intermediário como peça-chave: conforme Furtado, a identificação de
José Rubem – que era vice-prefeito de Davinópolis e tomou posse como prefeito após
a morte de Paiva – como envolvido no crime foi possível após a prisão do empresário e
fazendeiro Antônio José Messias, de 62 anos, fato ocorrido no último dia 26. Segundo
a investigação, ele teria sido um dos intermediários para o assassinato de Ivanildo,
sendo que, presumindo que seria capturado, destruiu algumas provas que o
incriminava, como diversos documentos.

Na época da prisão do fazendeiro, o delegado Praxísteles Martins, da Delegacia de
Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), contou que, no início das diligências para
apurar o caso, foram encontrados indícios que apontavam a participação indireta de
Messias no crime, mas não como o mandante em si, e, sim, como agenciador. O
empresário, inclusive, teria oferecido R$ 200 mil para os envolvidos diretos em uma
reunião para que o assassinato, planejado três meses antes da execução, fosse colocado
em prática.

Antônio, aliás, tem ligação com o ex-prefeito de Davinópolis Francisco Pereira Lima,
o “Chico do Rádio”, desafeto político de Ivanildo.

Crime tramado há três meses: Praxísteles declarou que a morte de Ivanildo Paiva
não foi planejada de uma hora para outra, uma vez que foi tramada pelo menos há três
meses antes do assassinato. Para esse propósito, Messias atuou como intermediário, ou
seja, selecionou os executores e apoiadores. Segundo Martins, alguns “contratados”

desistiram de participar da ação criminosa, talvez, porque a vítima tinha prestígio por
sua posição política à frente da Prefeitura de Davinópolis.

R$ 100 mil pela morte do prefeito: recentemente, durante uma acareação, o sargento
Wilame Nascimento da Silva, lotado na Polícia Militar em Grajaú/MA e que está preso
pelo assassinato de Ivanildo Paiva, admitiu que o mecânico José Denilton Feitosa
Guimarães, mais conhecido como “Boca Rica”, ofereceu R$ 100 mil para que o militar
matasse o prefeito de Davinópolis. O militar já tinha admitido esta oferta do dinheiro
em depoimento prestado ao delegado Renilto Ferreira, da Delegacia Regional de Barra
do Corda.

Wilame contou que estava em Grajaú, quando recebeu uma ligação do mecânico, para
que ambos batessem um papo em Imperatriz. Lá, “Boca Rica” ofereceu a grana para
que o policial executasse o prefeito de Davinópolis. O sargento disse que, naquele
momento, não aceitou o dinheiro. Já Denilton, na acareação, negou que tenha
oferecido os R$ 100 mil ao PM, mas confessou que a reunião com ele de fato
aconteceu.

A participação dos envolvidos: as investigações do Departamento de Homicídios e
Proteção à Pessoa apontam “Boca Rica” como o articulador do crime e que o policial
militar de Grajaú foi um dos executores. Os outros que continuam presos por
envolvimento na morte de Ivanildo são o cabo Francisco de Assis Bezerra Soares, o
“Tita”, da PM do Pará, e o motorista de Uber Douglas da Silva Barbosa, 21.

Douglas, conforme o delegado Lúcio Rogério Reis, titular da SHPP, emprestou seu
carro para que cerca de três suspeitos seguissem viagem até a fazenda do prefeito de
Davinópolis, a fim de matá-lo. O motorista do Uber, assim como os demais, está

encarcerado por força de mandado de prisão temporária de 30 dias, que foram
cumpridos nas cidades de Imperatriz e Grajaú, no Maranhão, e Dom Eliseu, no Pará,
durante o dia 11 deste mês.

A morte do prefeito: conforme as investigações, durante o período da tarde do dia 10
de novembro, dois homens desconhecidos apareceram na fazenda de Ivanildo, em
Davinópolis, em um imóvel onde dorme um funcionário da propriedade. Os suspeitos
fizeram algumas perguntas ao morador, sobretudo com relação ao prefeito, mas depois
saíram em um veículo de cor prata. O político chegou ao local somente no fim da
tarde, e, desde então, os familiares não conseguiram mais manter contato com ele.

Ivanildo teria sido morto por motivações políticas e econômicas

O caseiro entrou na casa onde dormia o prefeito nas primeiras horas do dia 11, após ter
desconfiado da demora dele em aparecer para tomar o café da manhã. O corpo dele foi
localizado dentro de uma vegetação, em Davinópolis, no Povoado Juçara, distante 2km
da chácara do político. Na fazenda, os peritos criminais detectaram manches de sangue
humano no quarto da vítima, sendo que o imóvel estava bagunçado, com objetos
revirados, o que indica uma resistência ou luta corporal.

A polícia, inicialmente, estava trabalhando com três linhas de investigação: dívida,
crime passional e motivação política. Mas, segundo o delegado Lúcio Rogério Reis,
uma das hipóteses já foi descartada, restando apenas duas. Mas ele adiantou que se
tratou de um crime de encomenda e que cada um dos cinco presos recebeu algum valor
em dinheiro pelo serviço prestado aos mandantes.

 

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