
Apesar de quatro mandatos consecutivos como vereador em São Luís, Beto Castro (Avante) parece estar cometendo erros primários na política maranhense.
A situação chegou ao cúmulo quando, apenas dez dias após denunciar Vini Jansen, um candidato do seu próprio partido, como um “171” – um estelionatário, segundo suas palavras na Tribuna da Câmara – Beto foi flagrado em um vídeo trocando elogios com a mesma pessoa. Como é possível que alguém que faz uma acusação tão grave volte a “fazer as pazes” tão rapidamente? Essa reviravolta não só fere a credibilidade de Beto, mas expõe uma incoerência gritante em seu discurso. Como pode um vereador criticar alguém por corrupção e, na semana seguinte, mostrar-se amistoso com o acusado?
E esse foi apenas o primeiro erro.
O segundo deslize de Castro ocorreu durante uma entrevista no programa Abrindo o Verbo, da Rádio Mirante News FM. Em um gesto de audácia, ele anunciou sua candidatura à presidência da Câmara de São Luís para o biênio 2027/2028, antes mesmo da eleição que reelegerá Paulo Victor como presidente, prevista para janeiro de 2025.
A pressa de Beto é desconcertante. Ele parece dar um “pulo” muito maior que suas pernas, ignorando o fato de que a sucessão de Paulo Victor dependerá não apenas da aprovação da Casa, mas também das influências políticas nos Palácios dos Leões e de La Ravardière. Para se candidatar com chances reais, Beto precisaria estar alinhado com uma dessas forças, mas ao se precipitar em sua ambição, ele corre o risco de ser o primeiro a ser descartado entre os dez candidatos que já demonstram interesse.
A pergunta que fica é: será que Beto Castro realmente entende o jogo político em que está inserido?
Com informações do site Domingos Costa