
INTRODUÇÃO.
A declaração constantemente repetida era: “os Judeus são os assassinos de Jesus”.
Alguns antecedentes históricos de perseguição aos Judeus:
a) As Cruzadas iniciadas em 1095, em direção a Jerusalém com o propósito de guardar o túmulo de Jesus e, mais tarde, o que sobrou do Templo de Salomão (os Templários). Tudo seria feito “em nome de Deus”, como aponta o slogan Latim, “Deus Vult”: “Deus o quer”! (Papa Urbano II). Tais “Cavalheiros da Cruz”, em poucos meses, mataram dez mil judeus.
b) O 4° Concílio de Latrão ou Concílio Lateano (1215), Papa Inocêncio III – “um dos decretos que resultou no 4º Concílio Lateano foi uma declaração formal de apoio à conduta opressiva e violenta da Igreja Romana para com os judeus, durante os séculos anteriores – tal padrão permaneceu em vigor quando Hitler chegou ao poder” (J. Hagee).
c) LUTERO!
Em que pese os Benefícios da Reforma da Igreja, todavia, Lutero da Reforma Protestante, foi um cruel antissemita criando inspiração para Hitler; tornou-se o seu Teólogo! A propósito, escreveu Dean Inge, citado por J. Hagee: “o gênio mais perverso da Alemanha não é Hitler nem Bismarck nem Frederico, o grande, mas Martinho Lutero.
A encarnação vital do seu ódio está no seu panfleto “A Respeito dos Judeus e suas Mentiras”, onde orienta que suas Sinagogas deveriam ser incendiadas, suas casas demolidas, e destruídos seus livros de oração, proibidos os seus passaportes e os seus Rabinos nada poderiam ensinar e encerra: para que possam ver-se livres deste intolerável fardo demoníaco – os judeus.
d) GOLDA MEIR, quando esteve no Vaticano, (encontro com Paulo VI, em 1973), depois testemunhou:
“Quando olhei para aquela cruz pendurada no peito do Papa, vi nela a morte de seis milhões de judeus“! Sim, toda atrocidade foi praticada pelos “religiosos”! E mesmo que judeu ou qualquer outro povo fosse “inimigo”, a ordem é “AMAI A VOSSOS INIMIGOS”!
01 – A questão religiosa é sempre complexa para que, em espaço limitado, fatos históricos sejam elucidados.
02 – Um esclarecimento, no entanto, nem sempre lembrado, está no livro de Atos dos Apóstolos, uma espécie de “vade-mécum” da fé cristã ou o primeiro compêndio da História do Cristianismo.
03 – Trata-se de Atos, capítulo 4, versículos 25,26 e 27:
– “Levantaram-se os reis da terra e os príncipes se ajuntaram a uma contra o Senhor e contra o seu Ungido. Porque, verdadeiramente, contra o teu santo Filho, Jesus, que tu ungiste, se ajuntaram não só Herodes mas Pôncio Pilatos, com os gentios e os povos de Israel”.
04 – Esse texto faz citação profética do Salmo 2:1-2.
Também fala o verso 26 por meio dos Apóstolos Pedro ou João que, contra Jesus, se ajuntaram não só Herodes (Herodes Antipas), o tetrarca da Galileia mas também Pôncio Pilatos com os gentios (os não-judeus: goím) e os povos de Israel (Atos 4:26).
05 – Têm-se, pois, como “assassinos de Jesus”:
1º) Herodes e Pilatos (inimigos mortais que se tornaram amigos diante do processo da morte de Jesus – Lucas 23:12), representantes do Império Romano;
2º) os gentios, compostos de muitos estrangeiros (Atos 2:8-12 – cerca de dezesseis povos são citados!);
3º) “e os povos (pessoas) de Israel”.
06 – Finalmente, à luz do Evangelho de João 3:16, o plano da morte de Jesus estava no contexto da soberania de Deus:
– “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.
07 – Tem-se, também, o testemunho histórico do próprio Jesus:
“E, tomando consigo os doze, disse-lhes: Eis que subimos a Jerusalém, e se cumprirá no Filho do homem tudo o que pelos profetas foi escrito; Pois há de ser entregue aos gentios (AOS ROMANOS), e escarnecido, injuriado e cuspido; E, havendo-o açoitado, o matarão; e ao terceiro dia ressuscitará” (LUCAS 18:31-33).
08 – Lembrar, também, que o Sacerdote Caifás era um preposto e, politicamente, nomeado por Herodes que representava Roma! “O povo judeu odiava Herodes e Caifás porque eles eram fantoches políticos nas mãos dos pagãos romanos” (J. Hagee).
09 – E como diz a letra de um velho hino inglês “quando Jesus era esbofeteado, eu também estava lá”.
Sim, todos nós fazíamos parte do projeto do amor de Deus oferecendo o Seu Filho para morrer em nosso lugar! Um povo específico não deve levar a culpa, seja judeu ou grego!
10 – Finalmente, deve-se lembrar, que Jesus na cruz do Calvário perdoou ou anistiou prontamente, aos seus mais variados e possíveis algozes, dizendo:
«Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem»(Lucas 23:34).