Tentativa de assalto a banco deixa seis reféns mortos no Ceará

Ao menos 12 pessoas foram mortas em uma tentativa de assalto a um banco na madrugada desta sexta-feira, 7, no município cearense de Milagres, na região do Cariri. Deste total, seis eram reféns, sendo duas crianças. A Polícia Militar (PM) trocou tiros para conter a quadrilha, que não conseguiu levar o dinheiro. Dois suspeitos de participação na tentativa de assalto foram presos, conforme o secretário da Segurança, delegado André Costa.
De acordo o prefeito de Milagres, Lielson Landim, as crianças mortas tinham entre 10 e 13 anos, e eram feitas reféns pelo grupo criminoso. Dos seis reféns mortos no confronto, cinco eram da mesma família, conforme a Polícia.
A tentativa de assalto às agências do Banco do Brasil e do Bradesco aconteceu por volta das 2h30 desta sexta. Os criminosos estavam com reféns quando a polícia chegou. Testemunhas relatam que houve um intenso Tiroteio.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS-CE), ao menos duas pessoas suspeitas de participação no crime foram conduzidas para a delegacia local. Com elas, foram apreendidas uma pistola 9 milímetros, um revólver calibre 38, uma arma calibre 12 e explosivos.
Também foram identificados um carro e duas caminhonetes que teriam sido utilizadas na ação. Além disso, equipes da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) realizam trabalho de levantamento de vestígios nos locais.
O bando teria assaltado um caminhão no km 495 da BR-116, entre os municípios de Brejo Santo e Milagres. Teria também assaltado a família na estrada e, então, feito motorista e passageiros reféns, antes de entrar em Milagres para a tentativa de assalto
Em nota oficial, a Prefeitura de Milagres anunciou a suspensão de serviços nas repartições públicas municipais e recomendou que os moradores não saiam de casa até que “a ordem seja restabelecida”.
O texto diz, ainda, que a Polícia Militar está com um “grande efetivo” em diligência no centro e em outras regiões do município em busca de envolvidos na tentativa de assalto.

‘Madrugada de terror’
O padre Ronaldo Oliveira, da paróquia Nossa Senhora dos Milagres, contou ao jornal O Povo, do Ceará, que acordou com os tiros e pensou se tratar de fogos de artifício. “Ouvi todos os tiros e não conseguia mais dormir. Acordei atordoado, pensando que eram fogos, ou alguém batendo no meu portão, algo assim. Depois percebi que era algo mais sério”, afirmou. “Precisei tomar remédio para dormir.” O religioso descreveu a cena como uma “madrugada de terror”.