Marajá do Sena e Peritoró figuram entre os piores municípios do país em qualidade de vida

Um levantamento do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) revelou os municípios com melhor e pior qualidade de vida no Brasil. O estudo, baseado no Índice de Progresso Social (IPS), expôs profundas desigualdades regionais e trouxe um alerta para o Maranhão: as cidades de Marajá do Sena e Peritoró estão entre os 20 piores municípios do país nesse indicador.
Marajá do Sena, com um índice de 44,92, ocupa a 18ª pior colocação no ranking nacional. Já Peritoró aparece logo em seguida, em 19º lugar, com 45,18 pontos. Ambas as cidades maranhenses se juntam a diversos municípios da região Norte no fim da lista, escancarando os contrastes entre os extremos do país.
Na outra ponta, os melhores índices de qualidade de vida estão concentrados nos estados do Sudeste e Sul. São Paulo, por exemplo, é destaque absoluto, com 11 das 20 melhores cidades do Brasil no levantamento. O município de Gavião Peixoto (SP) lidera a lista com 73,26 pontos, seguido de perto por Gabriel Monteiro (SP) e Jundiaí (SP).
Outros estados que figuram entre os mais bem colocados incluem Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná e o Distrito Federal.
Todas as cidades com os piores índices de qualidade de vida fazem parte da Amazônia Legal, sendo que o estado do Pará lidera negativamente com 12 dos 20 piores municípios. É uma ironia amarga: o Pará será a sede da COP30, conferência mundial do Clima que reunirá representantes de vários países ainda este ano.
Além do Pará, estados como Roraima, Acre, Maranhão e Mato Grosso do Sul também aparecem com cidades entre as piores colocadas. O município de Uiramutã (RR) tem o pior índice do país: apenas 37,59.
Como o índice foi calculado?
O Índice de Progresso Social (IPS) analisou dados de 5.570 municípios brasileiros com base em 57 indicadores, distribuídos em três grandes grupos:
Necessidades Humanas Básicas: acesso à comida, saúde, moradia e segurança;
Fundamentos do Bem-Estar: acesso à educação básica, vida saudável e meio ambiente;
Oportunidades: acesso ao ensino superior, liberdades individuais e inclusão.
O estudo cruzou esses dados para calcular a nota final de cada município. Em média, houve uma ligeira melhora em relação a 2024, quando o levantamento foi feito pela primeira vez. No entanto, a distância entre o Norte/Nordeste e o Sul/Sudeste continua evidente.
Desigualdades que persistem
Enquanto 18 das 20 melhores cidades do ranking estão nas regiões Sul e Sudeste, 19 das 20 piores estão localizadas no Norte e Nordeste. A disparidade revela não só a diferença no acesso a serviços básicos e oportunidades, como também os desafios que estados como o Maranhão enfrentam para melhorar as condições de vida de sua população.
Marajá do Sena e Peritoró, assim como outros municípios maranhenses com baixos índices de desenvolvimento, ainda lidam com dificuldades crônicas relacionadas à pobreza, infraestrutura precária e baixa oferta de serviços públicos essenciais. Os dados do Imazon reforçam a urgência de políticas públicas mais eficazes e regionalizadas para combater essas desigualdades históricas.