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Camarão-tigre-preto se destaca como promessa para a aquicultura no Maranhão

Uma das espécies mais emblemáticas das águas brasileiras, o camarão-tigre-preto (Penaeus monodon), voltou ao centro das atenções após uma pesquisa científica revelar seu alto potencial genético, sanitário e comercial, especialmente no litoral maranhense, onde a espécie é encontrada com frequência.

O estudo, publicado na prestigiada revista Aquaculture Research, posiciona o crustáceo como um dos mais promissores do mundo para cultivo sustentável e produção em larga escala. As análises, iniciadas em 2015, envolveram mapeamento genético e sanitário de populações nativas capturadas em áreas costeiras do Maranhão, Ceará e Pará.

Entre os principais achados está a ausência dos 19 patógenos mais temidos pela aquicultura mundial, resultado de mais de 1.100 exames laboratoriais. O camarão também demonstrou baixa taxa de endogamia, o que o torna uma excelente opção para melhoramento genético sem comprometer a saúde dos estoques.

Durante as décadas de 1980 e 1990, o camarão-tigre-preto chegou a liderar os cultivos no Brasil, mas foi gradualmente substituído por outras espécies exóticas. Hoje, ocupa a segunda posição no ranking da carcinicultura nacional. No Maranhão, no entanto, sua captura ainda ocorre de forma acidental, misturado a outros camarões nas redes de pesca artesanal.

De coloração intensa, sabor marcante e grande porte, podendo ultrapassar 30 centímetros, o monodon habita águas profundas e possui ampla distribuição na costa brasileira. Os pesquisadores destacam que as condições ambientais do Maranhão, incluindo relevo e clima, são bastante semelhantes às de grandes produtores mundiais, como o Vietnã, o que reforça o potencial da região para cultivo em cativeiro.

O redescobrimento do camarão-tigre-preto em águas maranhenses pode representar não apenas uma nova fronteira para a aquicultura, mas também uma oportunidade de geração de renda para pescadores locais, valorização da biodiversidade nativa e redução da dependência de estoques importados.

Se explorado com planejamento e respeito aos ecossistemas, o monodon pode deixar de ser apenas mais um item nas redes e se tornar protagonista de uma cadeia produtiva sustentável e lucrativa.

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