
A vacina, com formato sólido, textura esponjosa e de tamanho similar a uma aspirina, reprograma o sistema imunológico para rejeitar as células cancerígenas. De acordo com o comunicado da universidade, a vacina é implantada debaixo da pele, próximo a um linfonodo aumentado pela doença, e é produzida para liberar rapidamente uma proteína que atrai células dendríticas, parte essencial do sistema imunológico, até o local do tumor. Essas células são reprogramadas com fragmentos das células do tumor junto de um sinal que imita uma infecção.
Já reprogramadas, as células se espalham e se aproximam do linfonodo mais próximo, prontas para treinar outras células do sistema imunológico para reconhecer as células cancerígenas como algo perigoso, que precisa ser destruído. No linfonodo, as células dendríticas ativadas fazem com que fragmentos de células cancerígenas entrem em contato com células-T do sistema imunológico. Logo depois, as células-T se proliferam e circulam pelo corpo para destruir possíveis outras células afetadas pelo tumor.
Dessa forma, além de combater as células cancerígenas já presentes no corpo, a vacina gera uma “memória imunológica” que pode proteger o indivíduo por um longo tempo.
– A capacidade desta vacina extrair potenciais respostas imunes sem precisar da identificação específica dos antígenos do paciente é um enorme avanço, assim como a habilidade da injeção local de evitar efeitos colaterais severos da quimioterapia, único tratamento disponível atualmente para a doença – disse David Mooney, professor de bioengenharia de Harvard e um dos autores do estudo.
*Estadão