
No artigo publicado na semana passada chamei a atenção que majoritariamente o mundo não pensa como o presidente do Ibama ao barrar, peremptoriamente, a perfuração de um simples poço de teste, em alto mar, bem distante da foz do Rio Amazonas. Sim é uma distância maior do que a de Paris a Londres. E isso sabendo que hoje nenhuma empresa de petróleo pode suportar vazamentos porque, se acontecesse, significaria o fechamento da empresa. E todas elas, principalmente as maiores, como a Petrobras que dá mostra de sua grande competência ao explorar o Pré-Sal há vinte anos sem nenhum vazamento. E essa exploração é muito mais difícil do que a da Margem Equatorial, já explorada por diversos países sem nenhum problema e com fantástico ganho financeiro, cada um deles.
Na matéria anterior mostrei que o Brasil está quase isolado ao defender uma posição intransigente em relação ao que acontece no mundo. Todos pensam como Adriano Pires, Diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) que em artigo no Estado de São Paulo diz “É preciso ter em mente que a transição energética é um processo gradual e que o petróleo e o gás natural desempenham, e permanecerão desempenhando por longo
tempo, um papel relevante tanto na matriz energética nacional, quanto global. A exploração da Margem Equatorial, conduzida com alto padrão de segurança, vai proporcionar benefícios sociais de extrema importância para a região, equilibrando o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental”. Na mesma linha se expressou o Presidente do BNDES Aluísio Mercadante na semana passada. Sim e o mundo como pensa?
Quem examina o que acontece no mundo se depara com a realidade: somente em áreas protegidas há 2.905 atividades de exploração ou produção de combustíveis fósseis em 835 áreas protegidas em 91 países. Todos se virando enquanto há condições como disse o Presidente do BNDES Aluísio Mercadante, que enfatizou a sua descrença em substituir a imensidão de veículos de transporte de massa como ônibus e outros todos alimentados por combustível fóssil de uma hora para outra. E a crença que isso ainda vai perdurar por décadas.
Quem vai se virar contra o Brasil se todos estão agindo a bem de seus maiores interesses, como nações independentes? Nos EUA, só para dar um exemplo, o governo americano autorizou em março deste ano a exploração de petróleo e gás em North Slope, no extremo norte do Alaska com previsão de perfuração de 199
poços na região, apesar dos protestos, falando mais alto o interesse nacional. O governo do Reino Unido está avaliando a liberação de novas explorações no campo de petróleo e gás de Rosebank no Mar do Norte. E todos estão agindo nesse sentido.
E os especialistas falam “que em vez de não licenciar, investir em novos processos”. Sim novas tecnologias que a Petrobras já domina. Como se a Petrobrás, não fosse uma das melhores empresas do mundo.
A França não autoriza no país. Mas está explorando a Margem Equatorial na Guiana Francesa, com muito sucesso, ganhando muito dinheiro lá. Longe de se excluir, isso é só para a política interna do País.
É necessário que o Maranhão entre nessa luta. Eu escrevi há anos passados um artigo que se fosse aceito por todos os personagens citados, o Maranhão hoje seria outro. Eu convocava todas as forças políticas de grande prestigio e poder no estado para se unir em torno de alguns projetos estruturantes para
desenvolver o estado. Mas, como nem todos aceitaram a oportunidade foi perdida. Mas nunca é tarde para adotar práticas políticas em benefício do estado, de um estado que precisa muito dessa união. E nada é mais importante que um projeto similar e do mesmo porte que fez o Sudeste brasileiro nadar em recursos fundamentais para o desenvolvimento como tem sido a exploração do petróleo do Pré-Sal.
O projeto a que me refiro é a exploração da Margem Equatorial, imprescindível para nosso desenvolvimento como tem sido o Pré-Sal para o Sudeste. O governador Brandão pela sua história e maneira de ser e de agir, é o personagem ideal para liderar esse processo pois transita com facilidade junto a todas as forças políticas e de poder no estado, que se unidas, poderia fazer grande diferença junto ao poder central, que realmente é que vai
decidir sobre o futuro da Margem Equatorial.
O Maranhão tem um potencial enorme de desenvolvimento se tiver recursos disponíveis para alavancar grandes oportunidades de investimento e emprego, temos, porém, problemas graves na formação de capital humano, a Margem Equatorial é simplesmente uma oportunidade única de desenvolvimento econômico e social, capaz de mudar a nossa realidade. Temos que vê-la como uma oportunidade única, que não se repetirá, de
finalmente sermos o que todos sonhamos. Amapá e Pará estão totalmente mobilizados e a entrada do Maranhão, com toda a sua força política, desencadearia um efeito catalisador, onde Norte e Nordeste não vão querer ficar de fora.
O presidente Lula precisa desse apoio para poder decidir longe de ideologias e pressões, daqueles que agem ao contrário dos interesses maiores da Nação.