
O Maranhão vai surpreender o mundo com a divulgação de sua inesgotável riqueza. Estou falando do babaçu, essa palmeira especial que cobre grande parte de nosso território. Já foi causa de um ciclo
produtivo no estado, logo após o promissor ciclo do algodão que prosperou no estado e que em conjunto com o ciclo do açúcar em São Paulo representavam 60% de todas as exportações brasileiras. São Paulo com 36% e Maranhão com 24% eram os estados que sustentavam as exportações brasileiras, e o Maranhão atravessou um
longo tempo de progresso aparente, sim, justamente porque o nosso estado não se estruturou para tornar sustentável essa fase, ao contrário do que fez São Paulo, tornando essa fase a base da industrialização e do seu crescimento econômico. Um livro de Joaquim Itapary a venda na Academia Maranhense de Letras com o título `A
Falência do Ilusório`, retrata muito bem uma parte do que aconteceu.
Eu já escrevi artigos descrevendo com mais detalhes o que aconteceu e, pelo menos neste artigo, não descerei a detalhes do que aconteceu. Quero falar é sobre o nosso futuro, sem cometer os erros do passado.
E o babaçu faz parte importante desse futuro. O babaçu alimenta pessoas e serve de subsistência para muitas famílias há muitos anos, mesmo depois do declínio das vendas do óleo do babaçu. Mas nunca, pelo que tenho conhecimento, foi feito um estudo para seu completo aproveitamento empresarial, utilizando os recursos modernos disponíveis. Nem para transformar o babaçu em uma cultura para aumentar a sua produtividade.
Eu já fiz vários artigos sobre o trabalho que está sendo feito em Palmeirândia, na Baixada, por Jaime Monjardim. Ele me disse que achou a Baixada mais bonita do que o Pantanal e que que deveríamos passar a chamá-la de Pantanal Maranhense, bela sua extraordinária beleza e por ser um nome consolidado que todo o brasileiro conhece, facilitando o turismo na região que nunca foi explorado. E ele sugere muitas formas de fazer esse turismo dar certo, mas isso é outro assunto e pararei por aqui, neste artigo.
Jaime, é um premiado diretor da Rede Globo, um homem conhecedor do mundo e que conhece como ninguém o que é preciso fazer para as coisas acontecerem. Assim, firmou uma parceria fundamental com a Embrapa, trouxe especialistas de fora e hoje já produz leite e creme de alta qualidade, que será lançado em breve. Com apoio da Embrapa ele produzirá sachês, os mesmos que são distribuídos pela ONU para crianças do mundo inteiro em situação de desnutrição, ação que faz a diferença entre a vida e a morte para grande parte da população mundial. (Ele se transforma quando fala nos sachês). E Isso é só o começo, muitos outros alimentos de grande consumo serão produzidos ali como iogurtes, queijos, etc.
Ele mostra que hoje uma palmeira de babaçu, sem nenhum cuidado especial produz no mínimo 2,5 toneladas de frutos por hectare/ano.se for tratada e receber os cuidados adicionais necessários a produção chega a 7,5 toneladas/ano.
E entusiasmado com os resultados do trabalho que comanda em Palmeirândia chamou o babaçual de “Floresta de Alimentos”. Quando ouvi aquilo compreendi imediatamente que aquilo mudaria a forma como somos vistos hoje. Aquilo daria ao Maranhão uma importância mundial, o estado que é uma Floresta de Alimentos, produzindo alimentos e descarbonizando o planeta. Isso em um estado que faz parte da Amazônia, que o mundo inteiro está de olho. Para a consolidação da nossa posição no mundo será muito importante apresentarmos, em grande estilo, o Maranhão na COP 28, que será em novembro, em Doha. É o palco mundial ideal. Mas, para isso precisamos da parceria com Jaime Monjardim, um trabalho em conjunto, para obtermos o máximo de proveito no evento. Mas, farão parte também as cooperativas que produzem alimentos do babaçu
como a que mostrou no palácio do governo um grande número de pães, biscoitos, doces e muitos outros produtos alimentícios obtidos do babaçu. Todos fazem parte desse universo da Floresta de Alimentos
que vai surpreender o mundo.
Já estamos trabalhando nisso a toda a força para apresentarmos ao governador Carlos Brandão o mais breve possível o esboço do que será feito. Necessário também a ajuda das grandes empresas maranhenses
ao projeto. É imprescindível que nossa delegação seja chefiada pelo governador tal a importância que tem o evento para o estado.
Como curiosidade coloquei no ChatGPT a pergunta se era apropriado chamar o babaçual de Floresta de Alimentos. Ele imediatamente enumerou vários alimentos e utilidades do babaçu e respondeu que o babaçual era sim uma floreta de alimentos e recursos. Era a gloria! Sem brincadeiras, é o governo de Brandão inovando e mostrando a que veio.