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Educação deveria ser ministério mais importante

Artigo escrito por José Reinaldo Tavares.

Sim as demandas são gigantescas, o Brasil conseguiu se atrasar em tudo, na inovação, na tecnologia, na infraestrutura, no desenvolvimento como um todo. Até a fome que se pensava extirpada de nossas preocupações voltou a se tornar um problema real na vida de milhões de brasileiros. Mas, a educação é base de tudo e todo o mundo se espantou com a qualidade da educação, principalmente a pública, que recebe a grande maioria da população.

A manchete da Folha de São Paulo da quarta-feira, dia 30 de novembro encheu de tristeza o Brasil, e mostrou a que pontos chegamos. Como chegamos a esse ponto, frustrando as esperanças de tantas famílias, que colocaram seus filhos na escola na certeza de que ao fazer isso estavam abrindo um mundo de oportunidades aos seus filhos e filhas? Talvez os pais nem saibam dessa terrível realidade.

Fiquei chocado, eu que sempre estudei em escolas públicas, tão boas no passado.

A matéria da jornalista Isabela Palhares, começa informando que o Brasil só consegue garantir que 5% dos estudantes terminem o ensino médio em escola pública com o aprendizado adequado em matemática. Dos 2 milhões dos jovens que concluem essa etapa do ensino, mais de 1,9 milhões deles deixam a escola sem conseguir, por exemplo, resolver problemas de porcentagem ou usar o teorema de Pitágoras.

Os dados são de um estudo feito pelo IEDE (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional) com base nos resultados do SAEB de 2021 (Sistema de Avaliação da Educação Básica), principal termômetro da educação brasileira. Em 2019 só 7% concluíram o ensino médio com aprendizado adequado nessa matéria. E não há nenhuma unidade da federação, nenhum estado, que se destaque nessa matéria. O Espirito Santo atinge o percentual mais alto do país, com apenas 11,2 % com aprendizado adequado. Em quatro estados o índice não atinge nem 2% dos estudantes.

As redes estaduais de ensino são as principais responsáveis pelas matrículas de ensino médio do país. A cada 10 alunos nessa etapa, 8 estão matriculados em escolas ligadas às secretarias estaduais de educação. Precisamos olhar urgente para essa tragédia que está acontecendo no país, diz Ernesto Faria, diretor executivo da IEDE.
Em língua portuguesa o país não ostenta uma média satisfatória, mas mesmo assim, fica muito acima do que é observado em matemática. Em português 31,3% dos alunos saem da escola pública com aprendizado adequado.
O ensino vai muito mal de uma maneira geral no país, mas em matemática os dados são ainda mais preocupantes. A política e a estratégia estão erradas, afirma Faria.

E isso já começa no ensino fundamental, do 1º ao 5º ano com apenas 36,7% dos estudantes da rede pública alcançando o nível adequado em 2021. E vem caindo pois, em 2019 esse índice era de 47%. Na etapa seguinte, dos anos finais do ensino fundamental (do 6º ao 9º ano) o índice dos que aprenderam adequadamente cai para 15,3% em 2021-dois anos antes era de 18%. Katia Smole, doutora em educação na área de ensino de ciências e matemática, diz que a criança precisa ter maior familiaridade com a matemática na primeira infância na educação infantil para garantir um aprendizado adequado o que não tem ocorrido no país. Ela avalia que uma das explicações para o baixo desempenho é a má formação dos professores.

Em geral são docentes formados em pedagogia. “São profissionais não muito afeitos ao ensino das exatas e que não receberam a formação adequada na graduação para ensinar essa disciplina. A partir daí, temos essa sequência extremamente nociva, os alunos não aprendem nos anos iniciais e essa dificuldade vai se arrastando e agravando”. A média no Maranhão foi de 2,22%, abaixo da média nacional que já é muito baixa.

Assim, é preciso uma mobilização nacional, o problema é urgente. E pelo que vemos tem que partir do governo federal, junto com os estados e municípios.

Temos que mudar esse quadro, para o bem da população brasileira.

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