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Filmes e Séries

‘Venom – Tempo de Carnificina’: Bromance e ação com muito humor

Novo filme da franquia com Tom Hardy com o vilão Carnificina vai decepcionar puristas dos quadrinhos, mas agradar quem quer curtir 90 minutos de lazer sem freio

Quem der um Google no primeiro filme da franquia Venom vai ver que não existe meio termo: é amor ou ódio ao longa de 2018 estrelado por Tom Hardy sobre um um alien mostrengo simbionte de um jornalista fracassado. E aqui, vamos deixar bem claro, o time é “ame Venom e seja feliz sem esquentar a cabeça”, mantra estendido a Venom – Tempo de Carnificina, que chega os cinemas nesta quinta-feira (7).

O longa traz Woody Harrelson como o vilão Cletus Kasady, o Carnificina, e mais daquilo que tanta gente detestou na estreia há três anos – o humor insano, o bromance no nível máximo, a diversão sem pretensão e a ação com pitadas de violência que nunca chega perto do original dos comics da Marvel. O segredo é não esperar uma versão fiel dos quadrinhos, e consumir o que está na tela como um outro produto, algo que leitores de livros aprenderam há anos.

Primeiro vamos à trama: Kasady é um serial killer no corredor da morte em São Francisco que decide contar sua história para Eddie Brock, o jornalista de Tom. Na verdade trata-se de um plano para tentar fazer chegar um recado a seu grande amor, Shriek (Naomie Harris, a Moneypenny da franquia 007), que ele não sabe se está viva. Mas graças a Venom, Eddie consegue de fato uma história que coloca sua carreira de volta no rumo e a vida de Kasady na mesa da injeção letal. A pegadinha é que o serial killer mordeu o jornalista e aquele sangue, misturado com de Venom, dá origem a um novo simbionte, Carnificina, que, resumindo, quer matar o outro alien e aterrorizar o mundo.

Eddie (Tom Hardy, left) interviews Cletus (Woody Harrelson) in prison in Columbia Pictures' VENOM: LET THERE BE CARNAGE. (Foto: Divulgação / Sony Pictures)
Eddie (Tom Hardy) e Cletus (Woody Harrelson)(Foto: Divulgação / Sony Pictures)

Paralelamente, Eddie e Venom estão tendo problemas no “relacionamento”. Para quem não lembra, no primeiro filme, o jornalista e o alien estavam naquele fase do “se conhecendo”, do entendendo como fazer funcionar a simbiose entre eles. Agora, estão em crise. O bromance tem DR, briga, término e chororô, em cenas que são ao mesmo tempo contrangedoras e de arrancar gargalhadas. O humor, que já era forte na estreia da franquia, vem com tudo no novo longa – Tom, que escreve o roteiro com Kelly Marcel, explora ao máximo a dinâmica entre os dois, em uma jornada de aceitação da necessidade que um tem do outro, inclusive para impedir Carnificina, Kasady e Shriek.

O conflito entre Eddie/Venom e Kasady/Carnificina vai se resolver em uma grande cena de ação, com efeitos especiais superiores ao primeiro filme, mas ainda bem longe do padrão MCU. Andy Serkis assumiu a direção no lugar de Ruben Fleischer e percebe-se a mudança, mas o embate entre os dois aliens poderia durar mais, mesmo que desde o primeiro momento fique bem claro qual vai ser o final dessa brincadeira.

Venom: Tempo de Carnificina estreia dia 16 de setembro (Foto: Divulgação)
Venom enfrenta Carnificina (Foto: Divulgação)

Umas das críticas que Venom recebeu é ser pouco gore – nos comics o personagem é violentíssimo, com páginas e páginas pinceladas de vermelho. A Sony não foi por esse caminho para garantir a classificação PG-13, permitida acima de 13 anos, mas aqui a indicação para maiores de 18 anos seria muito bem-vinda: o filme precisa de algo para contrabalancear tanto humor – Deadpool tinha muito sangue, Thor: Ragnarok muita mitologia e algum drama.

A franquia Venom não se leva a sério e isso não é problema algum, sobretudo porque o escracho é assumidíssimo e já faz parte do core da história. Mas dá para fazer algumas correções de rumo aí. Eddie é um tremendo looser, mas o personagem chega ao limite do insuportável: supostamente um jornalista brilhante, ele visita Kasady na cadeia mas não dá uma espiadinha de longe na cela dele, que está com a porta aberta, o que qualquer recém-formado faria (ele nem mesmo grava a suposta entrevista da vida!).

É o talento de Tom Hardy, que também faz a voz de Venom, que faz o personagem andar, mas em  um novo longa seria repensar essa personalidade capacho de Eddie – e acredite, a cena pós-crédito deixa bem claro que o terceiro fime vem aí.

Michelle Williams e Tom Hardy em Venom (Foto: Divulgação)
Michelle Williams e Tom Hardy em Venom (Foto: Divulgação)

Outro problema a ser resolvido são os personagens secundários, especialmente o que fazer com Anne (Michelle Williams), a ex-noiva de Eddie. É um desperdício uma atriz do calibre de Michelle ser relegada a interesse amoroso cuja única função é ajudar o jornalista quando ele se encrenca. Shriek é melhor desenhada, mas Naomie também merecia mais. Woody, um dos atores mas versáteis de Hollywood, faz um Kasady brilhante. Um acerto do roteiro é que apesar do filme explicar a infância horrível do vilão, não passa pano para o fato de que ele é um serial killer que matou dezenas de pessoas sem o menor peso da consciência.

Venom – Tempo de Carnificina é uma boa diversão, sim. Vale muito a ida ao cinema e o preço do ingresso no Brasil em crise de 2021. Puristas vão sofrer, mas o filme tem seus méritos, inclusive a coragem de abraçar um caminho diferente das outras franquias de “super-heróis”.  Com um pé no trash, desenvolve um anti-herói, Venom, que tem tudo para virar um tremendo carro-chefe de filmes de ação, com alguns ajustes para dar um pouco mais de “substância” ao todo.

Cletus (Woody Harrelson) safely caged for his interview with Eddie in Columbia Pictures' VENOM: LET THERE BE CARNAGE. (Foto: Divulgação / Sony Pictures)
Cletus (Woody Harrelson) (Foto: Divulgação / Sony Pictures)
Shriek (Naomie Harris) inside her sound proof cell at Ravencroft in Columbia Pictures' VENOM: LET THERE BE CARNAGE. (Foto: Divulgação / Sony Pictures)
Shriek (Naomie Harris)  (Foto: Divulgação / Sony Pictures)
Tom Hardy and director Andy Serkis on the set of Venom: Let There Be Carnage. (Foto: Divulgação / Sony Pictures)
Tom Hardy e Andy Serkis  (Foto: Divulgação / Sony Pictures)

 

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