
Se alguém duvida disso, não me inclua. Eu acredito fortemente e ouso dizer que muitos maranhenses também pensam assim. O Maranhão tem muita gente competente, em quase todas as áreas, as universidades públicas e privadas sabem muito bem disso. E por que não somos ainda? Simplesmente, porque não nos organizamos para isso, não tínhamos sequer projetos de desenvolvimento econômico, estratégicos, com essa finalidade, e sem isso os dias passam, aumenta a pobreza e o desencanto.
Será que é uma fatalidade, irremovível, sermos pobres, com 57% das famílias nessa faixa, vivendo em um estado exuberante como o nosso? Isso é natural? Não, não é. E não pode ser.
Resolvemos estudar o Maranhão e suas imensas possibilidades. Para isso, foi criado na FIEMA (Federação das Indústrias do Estado do Maranhão), o Grupo de Trabalho “Pensar o Maranhão”, que reuniu muita gente nesse trabalho. Hoje, na SEDEPE (Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Programas Estratégicos), estamos desenvolvendo esses estudos. Irei, então, listar alguns projetos, muito importantes, todos de desenvolvimento econômico ou estratégicos.
Projetos inadiáveis para diminuir a pobreza e a desigualdade social são os projetos das Casas de Esperanças, para cuidar das crianças pobres, de 0 a 6 anos, e também das mães dessas crianças. O objetivo é diminuir o atual
abismo entre a preparação dessas crianças pobres e as de famílias de posses, sentidas logo no acesso ao Ensino Fundamental. Esse é um projeto fundamental ao Maranhão, que poderá ser feito com grande viabilidade econômica, como preconiza o professor James Heckman, da Universidade de Chicago e Prêmio Nobel de Economia. O outro projeto é igualmente inadiável e tem o objetivo de ajudar as comunidades quilombolas do Estado, por meio de projetos de desenvolvimento econômico, financiados com o resultado econômico da exploração de usinas de energia solar, a se tornarem prósperas e independentes, como precisam ser. Ambos os projetos estão prontos e poderão ser implementados logo após as eleições. E com custos diretos pequenos em face dos resultados.
Mas gostaria de expor minha incredulidade diante de uma notícia. E vocês devem sentir isso entre as crianças da família, com o que acontece com a merenda escolar, que era antes a grande refeição do dia de muitas crianças. O valor que o governo dá para comprar a merenda não é reajustado desde 2017, mesmo com a subida desenfreada do preço dos alimentos, com a inflação, o que obriga a comprar cada vez menos alimentos nutritivos para poder caber no orçamento.
O Governo Federal tomou uma decisão insana e vetou, por duas vezes, o aumento do valor para a merenda, aprovado pelo Congresso, que pretendia repor o valor e permitiria uma merenda muito melhor do que é dada hoje. A realidade é que um ovo está sendo dividido por quatro crianças, que tem as mãos carimbadas para não poder entrar na fila de novo. Uma tremenda maldade, principalmente porque se sabe que 33 milhões de pessoas no Brasil têm dificuldade de alimentação, sem recursos para evitar a fome.
O que será que essa gente pensa?
Artigo escrito por José Reinaldo Tavares