
Paladino da moralidade na frente das câmeras, o candidato ao governo do Maranhão, Lahésio Bonfim (PCS) é investigado por encabeçar um grande esquema de associação criminosa, quando ainda era prefeito da pequena cidade de São Pedro dos Crentes, interior do Maranhão. Segundo as investigações da Superintendência Estadual de Prevenção e Combate à Corrupção (Seccor), vinculada a Polícia Civil, o ex-gestor movimentou cerca de R$ 44 milhões, montante, que segundo documentos divulgados pelo site Atual 7, são referentes ao período de 1° de janeiro de 2018 a 31 de dezembro de 2019.
Por se tratar de um prefeito à época, portanto, tinha foro especial, as informações vieram à tona, após a retirada dos sigilos bancário e fiscal autorizados pelo Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) e levantamento pelo laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil.
Bonfim é acusado de fraude em licitação, associação criminosa e armazenamento irregular de combustível e é réu em uma ação penal que tramita na Justiça. Na sua declaração de bens de 2022, o candidato do PSC informou ter um patrimônio avaliado em R$ 4, 6 milhões, dividido entre casas, fazendas, participações societárias, que segundo o postulante ao Palácio dos Leões são fruto de anos de trabalho como médico. Com base em comparação, em 2008, quando disputou a primeira eleição, Lahésio disse ter apenas R$ 156 mil em patrimônio.
Após a quebra de sigilo, foi possível verificar que o ex-prefeito seria o sócio oculto da empresa contratada pela prefeitura que ele comandava para fornecer combustíveis. Além disso, há fortes indícios de movimentações milionárias, que envolvem transferências entre Lahésio Bonfim e outros alvos da investigação policial. Entre as atividades apuradas, há movimentações mensais, o que reforça a suspeita.
Em julho de 2020, a Secoor cumpriu mandados de busca e apreensão na prefeitura de São Pedro dos Crentes, que apreendeu documentos que levaram o Ministério Público do Maranhão a denunciar Lahésio Bonfim, Elizany Costa e Silva Rodrigues e Thayssa Costa Silva Rodrigues, apontadas como proprietárias do Auto Posto Fortaleza, uma das empresas que venceu a licitação suspeita de fraude, a qual o ex-prefeito seria o sócio oculto.
Viraram réus João Batista dos Santos Coutinho, dono da Andrade e Coutinho, outra empresa vencedora de licitação com indícios de irregularidade e pessoa próxima a Bonfim e também Celsivan dos Santos Jorge, presidente da CPL (Comissão Permanente de Licitação) de São Pedro dos Crentes quando Lahésio Bonfim era prefeito do município.
A defesa das ‘sócias’ do auto posto entraram com habeas corpus no Tribunal de Justiça do Estado, com objetivo de suspender a ação penal 0802090-45.2022.8.10.0026, que tramita sob sigilo na 4ª Vara da Comarca de Balsas. O pedido, porém, foi negado.
Com informações do Atual 7