Polícia Federal apura possível ameaça de atentado no Ifma do Monte Castelo

A Polícia Federal (PF) está apurando se um grupo estava planejando um atentado
dentro do Instituto Federal do Maranhão (Ifma), Campus Monte Castelo, em São Luís.
Um grupo de alunos de cursos técnicos da instituição de ensino estaria tramando o
ataque, que ocorreria de forma semelhante ao que aconteceu em Suzano/SP, na Escola
Estadual Raul Brasil, no dia 13 de março.
As ameaças foram divulgadas nas redes sociais, o que gerou pânico entre os alunos do
Ifma. Segundo declarações de estudantes na internet, um dos líderes do movimento
teria planejado o ataque depois que teria feito comentários racistas no privado de uma
garota, que espalhou para os colegas. Então, começou um movimento contra o rapaz,
que, devido a isso, planejou cometer um massacre na instituição.
A PF teria comparecido na manhã de quarta-feira (25) ao Campus, para capturar os
envolvidos no planejamento do atentado. Duas pessoas teriam sido conduzidas pelos
policiais para prestar esclarecimentos.
Outras ameaças no Maranhão
Não é a primeira vez que uma ameaça de atentado em instituição de ensino foi
registrada no Maranhão após o massacre em Suzano. Em Balsas, por exemplo, um
rapaz de 18 anos, identificado como Rafael Reis, foi preso no dia 18 de março. Ele
havia postado uma foto nas redes sociais, na semana anterior, ameaçando invadir uma
escola da cidade e cometer um massacre semelhante ao que ocorreu em São Paulo.
Rafael, segundo o tenente-coronel Juarez Medeiros, comandante do 4º Batalhão de
Polícia Militar (BPM), postou a foto com uma arma de fogo longa, dizendo que iria
invadir a escola e “matar todo mundo”. Após levantamentos, os policiais descobriram
o endereço do rapaz e o capturaram. Ele foi apresentado na Delegacia Regional de
Balsas, onde disse que tudo não passou de uma brincadeira.
Em São Luís, um garoto de 15 anos foi ouvido na Delegacia do Adolescente Infrator
(DAI) após divulgação de que ameaçou matar estudantes da escola Educator,
localizada no bairro do Angelim. Ele, que foi afastado definitivamente do
estabelecimento de ensino, teria dito que iria jogar uma bomba na turma onde estudava
e que iria, inclusive, assassinar crianças.
À reportagem do Jornal Itaqui-Bacanga, a delegada Hirana Claudia Monteiro Coelho, titular
da DAI, explicou na época que tudo começou após o massacre em Suzano (SP). No
Educator, no dia seguinte ao ocorrido no estado paulista, um grupo de estudantes
conversou sobre o caso, ao que o adolescente se manifestou e teria afirmado que os
dois autores do crime em SP “foram bestas”. Segundo a entrevista, uma testemunha
repassou essa informação em depoimento.
A essa testemunha, que estuda na turma onde o menino era matriculado, o adolescente
disse que estava planejando um ataque no Educator, com a ajuda de um amigo que não
é do estabelecimento de ensino. Ele, que era do Ensino Médio, contou que iria
explodir uma bomba na sala de aula, e que, nessa ação, iria matar crianças. Quem
sobrevivesse ao atentado e descesse as escadas correndo, também seria morto pelo
rapaz.
O adolescente também disse à jovem, conforme a delegada, que iria matar uma colega
de turma e, em seguida, assassinaria, lentamente, outra menina. Em grupos de
WhatsApp, as meninas conversaram e levaram o caso aos pais, que procuraram a
direção da escola para tomar providências, com medo de que o rapaz, de fato,
colocasse em prática o que planejava. O garoto foi expulso da unidade de ensino no
dia 18 de março.
O massacre em Suzano
No dia 13 de março, dois garotos, portando arma de fogo, machadinhas e arma
medieval, invadiram a Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, e mataram sete
pessoas, sendo cinco alunos e duas funcionárias do colégio. Os dois foram
identificados como Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de
Castro, de 25, ex-alunos daquele estabelecimento de ensino que chegaram ao local em
um carro alugado.
Eles estavam em um carro branco alugado, estacionaram em frente ao portão do
colégio e entraram pela porta da frente, que estava aberta. Antes disso, Guilherme
matou o próprio tio, Jorge Antonio de Moraes, em uma loja de automóveis da qual era
proprietário. Depois do massacre, um matou o outro com tiro na cabeça e depois
cometeu suicídio com a mesma arma.