Cientistas brasileiros identificam possível nova linhagem do coronavírus
Variante circula no Brasil desde o início de 2020. Essa linhagem contém mutação associada ao escape imunológico. Ou seja, pode ter implicações para planejamento de novas estratégias para o controle da Covid-19.

Um estudo colaborativo de cientistas brasileiros identificou uma possível nova linhagem do novo coronavírus (Sars-Cov-2). A variante circula no Brasil desde o início de 2020.
De acordo com as pesquisas, essa linhagem contém a mutação conhecida como E484K, na proteína S, que é associada ao escape imunológico. O que significa que pode ter implicações para planejamento de novas estratégias para o controle da Covid-19.
O grupo de pesquisadores alertou para a necessidade de uma vigilância genômica eficaz. O objetivo desta observação do vírus é conseguir identificar potenciais mutações virais, podendo auxiliar o aprimoramento das vacinas atuais contra a doença.
O estudo conseguiu ainda rastrear a transmissão interestadual da linhagem P.1 (linhagem de Manaus) e a diversificação da P.2 (linhagem do Rio de Janeiro). Além disso, foi possível reconstruir as rotas de transmissão interestaduais dessas duas linhagens.
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As amostras coletadas foram de pessoas com resultados positivo para Covid-19 e recolhidas entre 1 de dezembro de 2020 até 15 de fevereiro 2021. As pessoas tinham faixa etária heterogênea, variando de 11 a 90 anos de idade, sendo 92 homens e 93 mulheres.
O sequenciamento de 195 genomas foi realizado em instituições de cinco estados: Amazonas, Rio Grande do Norte, Paraíba, Bahia e Rio de Janeiro.
As pesquisas tiveram apoio de cinco instituições, coordenadas pelo Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC). São elas:
- Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ);
- Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN);
- Universidade Federal da Paraíba (UFPB);
- Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC/BA); e
- Instituto do Ministério da Ciência e Tecnologia, Inovações (MCTI).
Os resultados foram submetidos a um estudo científico internacional e assinado por 22 pesquisadores.
O objetivo da coleta do material é compreender a existência de variantes genéticas do Sars-Cov-2. A iniciativa faz parte da Rede Vírus, Rede Corona-ômica-RJ da FAPERJ e da CAPES.

Fonte: G1